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NOITE ILUSTRADA - ERIKA PALOMINO
Lei seca é o fim da picada na noite de SP
A noite em São Paulo acabou. Alguém duvida? Um passeio pela
madrugada de ontem em SP foi
desolador, parecia uma cidade do
interior; dia de jogo do Brasil, Lei
Seca, sei lá. Saí do Ritz e dei uma
volta pelos Jardins. Tudo às moscas; idem para a Vila Madalena,
irreconhecível. Estava tudo em
perfeito silêncio, claro, mas e aí?
SÃO Paulo não é Nova York, mas
essa medida idiota está parecendo as perseguições do prefeito
Rudolph Giuliani ao povo da noite. Sem a cultura e o movimento
dos bares, a cidade vai se transformar numa cidade chata, caipira e certamente mais pobre.
DEIXANDO de lado as avaliações
econômicas para quem tem mais
prática, do nosso lado aqui dá para avaliar alguns pontos, caso
ninguém consiga mesmo impedir essa idéia. Primeiro: que as
pessoas vão beber mais em casa e
será a volta das festinhas na sala!
Que as lojas de conveniência vão
se dar superbem, entupidas de
malucões comprando pencas de
garrafas de vinho e pinga! Que
São Paulo vai ficar tipo Londres e
todo mundo vai começar a beber
mais cedo; vida longa ao happy
hour! Que os clubes vão ter um
incrível movimento, já que ninguém mais vai ter onde ficar.
Que, finalmente, o ritmo da cidade vai se alterar todo; a cidade que
nunca dorme ganha toque de recolher à 1h; tudo o que é tarde
passa a ser cedo. Parece pouca
coisa, apenas o funcionamento
dos bares, mas é um universo
crucial para a pulsante vida de
uma metrópole como a nossa.
ENQUANTO isso, lá no comecinho do MorumbiFashion Brasil,
teve o quinto aniversário do
Hell's. Ué, mas não fechou? Fechou, mas na falta de um pretexto
melhor para reunir as pessoas, fazer o quê? A noite está tão desmobilizada que parece mais fácil pegar carona na véia noite do Columbia. E todo mundo foi. Estava
lá a tal Nação Hell's, e vivemos
momentos engraçados, com
muitas fotos, brincadeiras e tal.
Mas... não era o Hell's, era a U-Turn, onde os seguranças andavam a todo momento para lá e
para cá; Léia Bastos não sabia onde era o bar; não dava para deitar
na chapelaria; e a chapelaria é ali
tão longe... O Cacá Di Guglielmo,
o nosso Mr. M, acredite: deitou
para tirar aquele soninho da beleza e dormiu! Na pista principal,
Mau Mau alternava hits velhos e
músicas novas, enquanto Pil na
pistinha ambientava o lugar e dava a proximidade que todo mundo queria. Agora, diz que bons
mesmos foram os chill-outs, né?
Esses sim, não deixaram nada a
dever aos bons tempos...
E o aniversário do Hell's serve de
bom parâmetro para o aniversário de um ano do projeto Lov.e in
Paradise, que veio a servir de antítese do que representava o inferninho da Estados Unidos. Apenas
um ano depois, o que temos?
Com o perdão da análise, temos
uma noite sem personalidade.
Desde a saída da Marcelona da
porta; depois com a saída da Grace Lesada; com a desmobilização
parcial da sala vip (todo mundo
entra ali, tira o sapato, dorme), a
noite nunca mais foi a mesma
-e não é só por causa das duas.
Aos poucos foi-se perdendo a
sensação de clubinho, a certeza
de encontrar as pessoas. Veja o
exemplo do bar da sala vip, que
fecha antes do restante do clube.
Ué? Mas não é after-hours? Então
tem que ficar aberto. Ainda, o line-up desse aniversário tem o DJ
residente George Actv tocando
apenas uma hora e meia, o mesmo que outros convidados, como
Ls2 (de Brasília), Mimi e Daniel
UM. E, a julgar pela semana passada, um som barulhento entrou
no lugar de um groove com balanço e criatividade. Tomara que
o primeiro aniversário, amanhã,
seja um bom momento para retomar a simpática noite.
E tem movimento novo na noite,
é o gigantesco projeto Philips Experience. E incrível se chamar Experience, tipo a rave XXXPerience (se fosse o contrário, será que
poderia?) A idéia é modernizar a
imagem da marca de aparelhos
de som, baseada numa pesquisa
que ouviu 14 mil pessoas. E eu
não falei que o mercado publicitário estava prestando atenção na
gente? O start do projeto é amanhã, em Campos do Jordão, numa megafesta na Target.
E, sem o mesmo tamanho, mas
simpático até dizer chega, o Spice
Miny da BIC já nasce hype clubber.
E sabe quem vem ao Brasil? O
Green Velvet! Amigo nosso do
Hell's, né?, com aquelas músicas
maluconas e tão criativas. Em
agosto.
E o incansável Marcão Morcerf
começa nova noite de house com
Pareto, desta vez no Manga Rosa,
amanhã.
E eu só penso no novo disco do
Moby!!! Já ouviu? Chama-se
"Play" e tem faixas de transformar sua cabeça em omelete. Visionário, ouve lá. E eu só penso na
música da Vernessa Mitchell, a
mesma de "Reap" (lembra?), chamada "This Joy". Perfeita para
dublar. Quem quiser manda um
e-mail que eu mando a letra.
E a sensacional Léia Bastos trabalha na Diesel/BASE! E diz que o
show novo de domingo é incrível.
E, para quem mandou e-mail
perguntando onde anda Katia
Miranda, digo que ela está maravilhosa, linda e loura de novo, e
que a filhinha dela, a Bianca, fez 3
anos outro dia e já manda na
mãe!
E-mail: palomino@uol.com.br
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