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RELÂMPAGOS
Feriado
JOÃO GILBERTO NOLL
No rádio, o médico falava
da população cada vez
maior que não se deixa examinar. "Quantos corpos se
recusam ao abandono diante das mãos desinteressadas
desses profissionais! Quantos não preferirão abrir seus
danos apenas ao submundo
dos vermes?" Isso ele dizia,
enquanto no apartamento
eu imitava um pretenso convalescente apoiando as
mãos pelas paredes. Um talho de não sei quantos centímetros no peito. Até que
olhei pela vidraça a horta do
convento, cercada de arames eletrificados. Uma freira
molhava pés de alface.
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