São Paulo, sábado, 16 de setembro de 2006

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Art Brut procura romper com o passado

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Eddie Argos costuma ser comparado a Mark E. Smith (vocalista do Fall), Jarvis Cocker (Pulp) e Morrissey. Ele dispensa as referências.
"Mark E. Smith é um lixo, Jarvis Cocker é ok. Gosto mesmo do estilo de Mike Skinner, do Streets", diz ele, em entrevista à Folha, por telefone.
Para Eddie Argos, não importa que Mark E. Smith, autor de canções como "Totally Wired", seja um dos mais cultuados observadores do pós-punk britânico, não importa que Morrissey seja uma instituição -importa, por outro lado, promover uma ruptura com o estabelecido, coisa que ele procura fazer com sua banda, Art Brut, atração do festival Motomix, que acontece hoje em SP.
O disco de estréia do Art Brut, "Bang Bang Rock & Roll", recém-lançado no Brasil, é tomado por canções em que Argos nos conta como a cultura popular não mexe com ele ("Bad Weekend"), como seu irmão caçula foi afetado pelo rock ("My Little Brother") e dá seus pitacos sobre arte moderna (em... "Modern Art"). Tudo isso no meio de um rock de estética suja, rápida -muitas vezes rotulada como "art punk".

New Order?
Peter Hook é baixista do New Order. Neste Motomix, ele se apresenta sozinho, como DJ. "É um set variado. Tenho 30 anos de carreira, então toco músicas daquela época e de agora", contou por telefone à Folha, ontem, após almoçar.
Ele diz que não "estará sozinho" no Motomix. "Sou fã do Franz Ferdinand e conheço Andrew Weatherall há muito tempo." Sobre seu set, diz que haverá canções do New Order.
"Antes não gostava de tocar essas músicas, achava que seria meio idiota. Mas percebi que muita gente vai me assistir porque eu sou do New Order, então passei a tocar algumas coisas."
Bem menos popular do que Peter Hook, o também inglês Adam Freeland, que se apresenta na tenda dance do festival, é conhecido no universo do breakbeat como um dos expoentes do gênero.
"Estou tocando bastante electro com influência de rock", avisa. "Mas ainda há faixas de breaks e house. O segredo é manter a energia na pista, assim o público não se preocupa com o que está tocando, se é rock, house, breaks..."
Energia é algo que deve ser sentido no show da dupla norte-americana de electro Adult., formada por Nicola Kuperus e seu marido, Adam Lee Miller.
"As pessoas normalmente nos adoram ou nos odeiam. Não há meio termo", afirma Kuperus. "E é difícil dizer se somos uma banda de rock ou de eletrônica."


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