São Paulo, Terça-feira, 16 de Novembro de 1999
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O ENCONTRO

Escolas teatrais se cruzam

da Reportagem Local

São escolas, trajetórias e gerações muito distintas do teatro que estão juntas em "Pai", no encontro inédito de Paulo Autran, o diretor, com Bete Coelho, a atriz.
Autran tem 50 anos de carreira. Pertence à geração de Cacilda Becker, Tônia Carrero e Sérgio Cardoso, que, entre muitos outros, fizeram a fama do TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), fundado em 1948 como resposta aos Comediantes e outros grupos cariocas que, uma década antes, haviam sido responsáveis pelo surgimento do que se chama hoje de "moderno teatro brasileiro".
Marcado pela visão empresarial de Franco Zampari, o TBC levou ao palco textos clássicos do teatro, antigos ou modernos, encenados por diretores estrangeiros como Adolfo Celi e Ziembinski.
A primeira direção de Autran, no entanto, ocorreu no Rio, na comemoração dos 50 anos do Teatro Municipal , em 1958, quando foi reencenada a "A Bonança", de Coelho Neto, segundo o diretor uma "porcaria de peça" que havia inaugurado o teatro.
Ele voltaria a dirigir algumas vezes ao longo da carreira, entre elas "O Homem-Elefante", quando trabalhou com Antônio Fagundes, e, no início dos anos 90, "Seis Personagens em Busca de um Autor", de Pirandello, quando também atuou com Marisa Orth e Renato Consorti, entre outros.
Bete Coelho despontou para o teatro com Gerald Thomas, em meados dos anos 80. Antes de protagonizar a "Trilogia Kafka", em 88, que a tornaria célebre, trabalhou nas montagens de "Carmen com Filtro" (86), ao lado de Antônio Fagundes e Clarice Abujamra, e "Electra com Creta" (87), com Vera Holtz, Maria Alice Vergueiro e Beth Goulart.
A atriz despediu-se da Companhia de Ópera Seca, de Thomas, responsável pela introdução de um rigor formal inédito no teatro brasileiro e por uma gestualidade expressionista, no início da década de 90, com "M.O.R.T.E.".
Bete Coelho trabalhou recentemente como diretora. Primeiro, em "Pentesiléias" (94), de Daniela Thomas, com Giulia Gam e Lu Grimaldi; a seguir, em "O Caderno Rosa de Lori Lamby", adaptação de um romance de Hilda Hilst encenada este ano por Iara Jamra.


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