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O ENCONTRO
Escolas teatrais se cruzam
da Reportagem Local
São escolas, trajetórias e gerações muito distintas do teatro que
estão juntas em "Pai", no encontro inédito de Paulo Autran, o diretor, com Bete Coelho, a atriz.
Autran tem 50 anos de carreira.
Pertence à geração de Cacilda
Becker, Tônia Carrero e Sérgio
Cardoso, que, entre muitos outros, fizeram a fama do TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), fundado em 1948 como resposta aos
Comediantes e outros grupos cariocas que, uma década antes, haviam sido responsáveis pelo surgimento do que se chama hoje de
"moderno teatro brasileiro".
Marcado pela visão empresarial
de Franco Zampari, o TBC levou
ao palco textos clássicos do teatro,
antigos ou modernos, encenados
por diretores estrangeiros como
Adolfo Celi e Ziembinski.
A primeira direção de Autran,
no entanto, ocorreu no Rio, na
comemoração dos 50 anos do
Teatro Municipal , em 1958,
quando foi reencenada a "A Bonança", de Coelho Neto, segundo
o diretor uma "porcaria de peça"
que havia inaugurado o teatro.
Ele voltaria a dirigir algumas vezes ao longo da carreira, entre elas
"O Homem-Elefante", quando
trabalhou com Antônio Fagundes, e, no início dos anos 90, "Seis
Personagens em Busca de um Autor", de Pirandello, quando também atuou com Marisa Orth e Renato Consorti, entre outros.
Bete Coelho despontou para o
teatro com Gerald Thomas, em
meados dos anos 80. Antes de
protagonizar a "Trilogia Kafka",
em 88, que a tornaria célebre, trabalhou nas montagens de "Carmen com Filtro" (86), ao lado de
Antônio Fagundes e Clarice Abujamra, e "Electra com Creta" (87),
com Vera Holtz, Maria Alice Vergueiro e Beth Goulart.
A atriz despediu-se da Companhia de Ópera Seca, de Thomas,
responsável pela introdução de
um rigor formal inédito no teatro
brasileiro e por uma gestualidade
expressionista, no início da década de 90, com "M.O.R.T.E.".
Bete Coelho trabalhou recentemente como diretora. Primeiro,
em "Pentesiléias" (94), de Daniela
Thomas, com Giulia Gam e Lu
Grimaldi; a seguir, em "O Caderno Rosa de Lori Lamby", adaptação de um romance de Hilda Hilst
encenada este ano por Iara Jamra.
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