São Paulo, quinta-feira, 16 de novembro de 2000

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Diretor Wolf Maya é especialista no gênero

DA REPORTAGEM LOCAL

O carioca Wolf Maya, que assina a montagem brasileira de "O Beijo da Mulher Aranha", é um dos diretores mais especializados em teatro musical no Brasil.
Entre 80 e 81, ele foi assistente da coreógrafa e diretora norte-americana Agnes de Mille (1905-93), no Carnegie Hall Ballet of Art, em Nova York. Acompanhou a montagem de "Oklahoma!", um dos sucessos daquela que também assinaria a biografia definitiva da dançarina Martha Graham.
O último "grande musical" que Maya dirigiu foi "Blue Jeans", no início da década de 90, texto de Zeno Wilde e Wanderley Bragança. Eram 26 atores no palco. Houve produções menores, como "Splish Splash" e "Cabaret Brazil", mas o diretor nunca teve em mãos, como agora, um projeto à altura do padrão Broadway.
Entre os recursos de "O Beijo...", cita a base cenográfica, uma estrutura de aço que reproduz uma prisão, espaço no qual se passa boa parte das cenas entre Molina e Valentim. "A cela é movimentada por meio de motores, o que permite uma melhor ocupação do espaço cênico", diz Maya, 45.
Apesar do compromisso com a concepção norte-americana original (libreto de Terrence McNally, música de John Kander e letras de Fred Ebb), Maya diz que conseguiu impor uma certa brasilidade.
Os figurinos criados por Patricio Bisso, por exemplo, são "bastante diferentes" da montagem da Broadway. Igualmente, segundo o diretor, as versões de Cláudio Botelho para as canções imprimem um sotaque local.
"Há também um trabalho mais vertical na direção de ator. Aprofundei a dramaticidade do espetáculo com uma maior interferência em cena dos 12 presidiários do coro. Mas tudo sem prejuízo do conceito da peça."
Paralelamente ao teatro, Wolf Maya trabalha na TV Globo. No momento, dirige a novela das sete, "Uga Uga". Mas a relação com os musicais é tão afetiva que ele criou no Rio, há cinco anos, uma companhia dedicada ao gênero, a Café Pequeno. (VS)


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