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Diretor Wolf Maya é especialista no gênero
DA REPORTAGEM LOCAL
O carioca Wolf Maya, que assina a montagem brasileira de "O
Beijo da Mulher Aranha", é um
dos diretores mais especializados
em teatro musical no Brasil.
Entre 80 e 81, ele foi assistente da
coreógrafa e diretora norte-americana Agnes de Mille (1905-93),
no Carnegie Hall Ballet of Art, em
Nova York. Acompanhou a montagem de "Oklahoma!", um dos
sucessos daquela que também assinaria a biografia definitiva da
dançarina Martha Graham.
O último "grande musical" que
Maya dirigiu foi "Blue Jeans", no
início da década de 90, texto de
Zeno Wilde e Wanderley Bragança. Eram 26 atores no palco. Houve produções menores, como
"Splish Splash" e "Cabaret Brazil", mas o diretor nunca teve em
mãos, como agora, um projeto à
altura do padrão Broadway.
Entre os recursos de "O Beijo...",
cita a base cenográfica, uma estrutura de aço que reproduz uma
prisão, espaço no qual se passa
boa parte das cenas entre Molina
e Valentim. "A cela é movimentada por meio de motores, o que
permite uma melhor ocupação do
espaço cênico", diz Maya, 45.
Apesar do compromisso com a
concepção norte-americana original (libreto de Terrence
McNally, música de John Kander
e letras de Fred Ebb), Maya diz
que conseguiu impor uma certa
brasilidade.
Os figurinos criados por Patricio Bisso, por exemplo, são "bastante diferentes" da montagem da
Broadway. Igualmente, segundo
o diretor, as versões de Cláudio
Botelho para as canções imprimem um sotaque local.
"Há também um trabalho mais
vertical na direção de ator. Aprofundei a dramaticidade do espetáculo com uma maior interferência em cena dos 12 presidiários do
coro. Mas tudo sem prejuízo do
conceito da peça."
Paralelamente ao teatro, Wolf
Maya trabalha na TV Globo. No
momento, dirige a novela das sete, "Uga Uga". Mas a relação com
os musicais é tão afetiva que ele
criou no Rio, há cinco anos, uma
companhia dedicada ao gênero, a
Café Pequeno.
(VS)
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