São Paulo, Segunda-feira, 17 de Janeiro de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O verdadeiro romântico volta à tona

da Reportagem Local

É um mero capricho o novo álbum de Bryan Ferry, "As Time Goes by". Querendo exibir seus dotes de crooner, ele invade com afinco o território tradicional de anos entre 1928 e 1938, de Cole Porter, Rodgers & Hart, Kern, Hammerstein, Kurt Weill, Herman Hupfeld... Distancia-se do pop rumo ao cabaré, mas, sim, ele possui credenciais para se exibir.
Se soa maneiroso em algumas passagens, escapa por outro lado do "new romantismo" melado, em especial nas leituras ainda irônicas da muito batida "As Time Goes by", da rasgadíssima "Fal-ling in Love Again" e de diversas de Cole Porter -"Miss Otis Regrets" (aqui quase divina), "You Do Something to Me" (também mais que carimbada), "Just One of These Things".
Em processo de regressão, não parece mais mordaz como era quando interpretava, também solo, ases do soul como Otis Redding e Wilson Pickett; mas está longe como nunca esteve das bobices tipo "Boys and Girls", "Slave to Love" (85). É o new romantic, meio caricatural, cedendo lugar de volta ao old romantic, o de verdade. Mas... será que alguém ainda tem ouvidos? (PAS)


Avaliação:    


Texto Anterior: O pop melado, do Roxy Music ao Bryan Ferry 2000
Próximo Texto: Arte e música pop de dentro do círculo vicioso
Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.