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O verdadeiro romântico volta à tona
da Reportagem Local
É um mero capricho o novo álbum de Bryan Ferry, "As Time
Goes by". Querendo exibir seus
dotes de crooner, ele invade com
afinco o território tradicional de
anos entre 1928 e 1938, de Cole
Porter, Rodgers & Hart, Kern,
Hammerstein, Kurt Weill, Herman Hupfeld... Distancia-se do
pop rumo ao cabaré, mas, sim, ele
possui credenciais para se exibir.
Se soa maneiroso em algumas
passagens, escapa por outro lado
do "new romantismo" melado,
em especial nas leituras ainda irônicas da muito batida "As Time
Goes by", da rasgadíssima "Fal-ling in Love Again" e de diversas
de Cole Porter -"Miss Otis Regrets" (aqui quase divina), "You
Do Something to Me" (também
mais que carimbada), "Just One
of These Things".
Em processo de regressão, não
parece mais mordaz como era
quando interpretava, também solo, ases do soul como Otis Redding e Wilson Pickett; mas está
longe como nunca esteve das bobices tipo "Boys and Girls", "Slave
to Love" (85). É o new romantic,
meio caricatural, cedendo lugar
de volta ao old romantic, o de verdade. Mas... será que alguém ainda tem ouvidos?
(PAS)
Avaliação:
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