São Paulo, Segunda-feira, 17 de Janeiro de 2000


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RELÂMPAGOS
Canícula

JOÃO GILBERTO NOLL

Fiquei horas lá no alto, na sacada. Calado, sim, bem calado, no estupor dos 40 graus. Quando pendurei uma perna e a sacudi lentamente, como se imaginasse o desgarrado no ar, a turma da calçada gritou, gesticulou. Resolvi entrar. Eva dormia. Acho que ela nunca veio a saber dessa ocorrência suspensa. Pensei em dormir. O sono não daria um certo arremate numa situação assim? Eva acordou. "Vamos...?", sondei. Ela vestiu-se. Tomei um banho. Ficamos logo prontos. O céu preparava-se, cada vez mais chumbo. No trovão, estremecemos juntos. Já despidos que estávamos, de novo.


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