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"Laranja Mecânica" marcou primeira peça
free-lance para a Folha
Gerald Thomas conheceu Steven Berkoff na década de 1970,
quando Thomas morava na cidade de Londres. Ficou impressionado com a interpretação do
inglês em "Hamlet", peça de William Shakespeare. Na ocasião, ele se deu conta de
que a postura do ator pode ser
mais importante que as palavras, como relata a pesquisadora
Silvia Fernandes no livro "Gerald Thomas em Cena" (Perspectiva, 1996).
Berkoff é conhecido do público brasileiro desde 1994, quando
foi um dos destaques do 4º Festival Internacional de Artes Cênicas (Fiac), em São Paulo.
O monólogo "One Man" sintetizava seu estilo de interpretação
física e de dramaturgia visceral.
Reunia três "atos urgentes", como definia: "The Tell - Tale
Heart", inspirado em Edgar
Allan Poe, "Actor" e "Dog" (ambos de sua autoria).
A partir de então, Berkoff intensificou sua relação com o
Brasil. Voltou várias vezes ao
país, ora a passeio, como agora,
ora para trazer um espetáculo.
Sua mais recente apresentação
ocorreu no ano passado, com
"Os Vilões de Shakespeare".
O público de cinema talvez o
conheça melhor, pois Berkoff
realizou participações especiais
em filmes como "Rambo 3" e "O
Passageiro".
Berkoff nasceu na capital inglesa. Estudou teatro e mímica
em Londres e Paris, tendo assimilado as técnicas de interpretação dos mestres franceses Barrault, Decroux e Marceau.
Para o ator inglês, a mímica
sempre foi um instrumento fundamental na narrativa das suas
histórias. Dessa forma, ele se
opõe a outros colegas que "esqueceram como usar seus corpos, transformando-se em "talking heads'".
"East", sua primeira peça, foi
escrita aos 38 anos, sob o impacto do filme "Laranja Mecânica",
adaptação do livro de Anthony
Burgess dirigida por Stanley Kubrick. A primeira produção profissional foi uma adaptação de
Kafka, "Na Colônia Penal".
Steven Berkoff também é autor de "Decadência", que já passou por São Paulo e atualmente
está em cartaz no Rio, com direção de Victor Garcia Peralta e interpretação de Beth Goulart e
Guilherme Leme, uma comédia
marcada pela ironia, sensualidade e, como não poderia deixar
de ser em se tratando do teatro
de Berkoff, expressão física.
Peça: Decadência
Texto: Steven Berkoff
Direção: Victor Garcia Peralta
Com: Beth Goulart e Guilherme Leme
Quando: qui. a sáb., 21h30; dom, 20h
Onde: teatro Glória (r. do Russel, 632,
tel. 0/xx/21/555-7262)
Quanto: R$ 15 a R$ 20
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