São Paulo, Segunda-feira, 17 de Janeiro de 2000


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"Laranja Mecânica" marcou primeira peça

free-lance para a Folha

Gerald Thomas conheceu Steven Berkoff na década de 1970, quando Thomas morava na cidade de Londres. Ficou impressionado com a interpretação do inglês em "Hamlet", peça de William Shakespeare. Na ocasião, ele se deu conta de que a postura do ator pode ser mais importante que as palavras, como relata a pesquisadora Silvia Fernandes no livro "Gerald Thomas em Cena" (Perspectiva, 1996).
Berkoff é conhecido do público brasileiro desde 1994, quando foi um dos destaques do 4º Festival Internacional de Artes Cênicas (Fiac), em São Paulo.
O monólogo "One Man" sintetizava seu estilo de interpretação física e de dramaturgia visceral. Reunia três "atos urgentes", como definia: "The Tell - Tale Heart", inspirado em Edgar Allan Poe, "Actor" e "Dog" (ambos de sua autoria).
A partir de então, Berkoff intensificou sua relação com o Brasil. Voltou várias vezes ao país, ora a passeio, como agora, ora para trazer um espetáculo. Sua mais recente apresentação ocorreu no ano passado, com "Os Vilões de Shakespeare".
O público de cinema talvez o conheça melhor, pois Berkoff realizou participações especiais em filmes como "Rambo 3" e "O Passageiro".
Berkoff nasceu na capital inglesa. Estudou teatro e mímica em Londres e Paris, tendo assimilado as técnicas de interpretação dos mestres franceses Barrault, Decroux e Marceau.
Para o ator inglês, a mímica sempre foi um instrumento fundamental na narrativa das suas histórias. Dessa forma, ele se opõe a outros colegas que "esqueceram como usar seus corpos, transformando-se em "talking heads'".
"East", sua primeira peça, foi escrita aos 38 anos, sob o impacto do filme "Laranja Mecânica", adaptação do livro de Anthony Burgess dirigida por Stanley Kubrick. A primeira produção profissional foi uma adaptação de Kafka, "Na Colônia Penal".
Steven Berkoff também é autor de "Decadência", que já passou por São Paulo e atualmente está em cartaz no Rio, com direção de Victor Garcia Peralta e interpretação de Beth Goulart e Guilherme Leme, uma comédia marcada pela ironia, sensualidade e, como não poderia deixar de ser em se tratando do teatro de Berkoff, expressão física.



Peça: Decadência Texto: Steven Berkoff Direção: Victor Garcia Peralta Com: Beth Goulart e Guilherme Leme Quando: qui. a sáb., 21h30; dom, 20h Onde: teatro Glória (r. do Russel, 632, tel. 0/xx/21/555-7262) Quanto: R$ 15 a R$ 20


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