DA REDAÇÃO

Em mais um indício de que São Paulo e Rio de Janeiro não são os únicos destinos de bons artistas internacionais que aportam no país, o clube Warung, de Itajaí (SC), traz hoje o DJ Dave Seaman para comandar seus pick-ups. É a única apresentação dele no Brasil.
Se sucesso pode ser medido por dedicação e horas de trabalho, poucos são tão merecedores de um lugar ao sol quanto este inglês.
Nome reconhecido mundialmente, Seaman, 34, começou a tocar há mais de dez anos, em Stoke-on-Trent, na Inglaterra. Ele era o editor da revista especializada em música eletrônica "Mixmag" (o mais jovem a ocupar o cargo) e foi convidado a tocar na inauguração de um clube. O público adorou, e ele não parou mais.
Hoje, em Santa Catarina, Seaman, que toca progressive house-variante mais "viajante" e dissociada da house de Chicago-, promete fazer um set de quatro horas de duração. Edson Nunes abre a noite. Após Seaman, é a vez de Leozinho, ídolo no sul do país. Em seu set, o DJ brasileiro fará ainda uma performance "back to back" com outro inglês, Mathew Bushwacka, da dupla Layo & Bushwaca!, que tocou na própria Warung em dezembro do ano passado. (Aproveitando sua volta ao Brasil, Bushwacka também assumirá os pick-ups no clube Sirena, na praia de Maresias, no litoral paulista).
No começo dos anos 90, Seaman era um dos cabeças do duo Brothers in Rhythm, que produziu e remixou personagens do mundo pop tão díspares como David Bowie, Kylie Minogue, Michael Jackson, Garbage, Pet Shop Boys e Placebo. Foi nessa época que ele lançou "Such a Good Feeling", hit hipnótico e elegante que se tornou quase onipresente nas pistas européias. Era a ressaca da acid house, e Seaman começou a enveredar para o progressive.
Já em carreira solo, ele produziu e organizou inúmeras coletâneas, como "Mixmag Live - Vol. 1", "Renaissance: Desire" e a série "Global Underground". Privilegiando o bom gosto musical a técnica de mixagens, Seaman já participou de megafestivais europeus como Homelands, Gatecrasher, Cream, Godskitchen e ganhou residências em Ibiza e Miami.
Mais recentemente, o inglês esteve trabalhando em um mix do novo álbum do U2 e, sempre que consegue, tem se enfurnado no estúdio para preparar as faixas de seu próximo trabalho solo, que deve repetir as participações de membros do Placebo e do Garbage. "Isso traz uma atitude mais indie rock ao som", disse o DJ à Folha por telefone.
É a terceira vez que vem ao Brasil. Passou pelo país em 1998 e em 2001, tocando em São Paulo. "Foi há um bom tempo. De lá para cá a cena aí deve ter se desenvolvido bastante", afirma.
(THIAGO NEY E DIEGO ASSIS)