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Família do craque faz acordo financeiro; filha elogia adaptação
DA SUCURSAL DO RIO
Ao terminar a pré-estréia de
"Garrincha - Estrela Solitária",
anteontem à noite, no Rio, Maria
Cecília Marques, filha do craque,
estava em prantos. Não por não
ter gostado do filme, mas por rever o pai como um zumbi no desfile da Mangueira de 1980.
"Eu me lembrei de como ele estava naquela época. Foi um absurdo ele ter desfilado", disse Cecília, 44, sexta filha do craque com
Nair. Garrincha saiu na escola dopado por um remédio, poucos
dias após mais uma internação
por causa do alcoolismo.
"Gostamos do filme. É uma leitura digna da vida dele. Todas as
mulheres precisavam aparecer
mesmo", afirmou, evitando polemizar sobre o fato de Elza Soares
ter mais destaque do que sua mãe.
Cecília teve dificuldade para reproduzir a árvore genealógica do
pai. Não pôde concluir se são 14
ou 15 filhos, mas pelo que se sabe,
são 14. Seis foram ver o filme.
Para não enfrentar uma batalha
judicial como a que chegou a
proibir a circulação de "Estrela
Solitária", a biografia de Ruy Castro em que se baseia o filme, a
produção fez um acordo prévio:
criou 12 cotas para os herdeiros,
pagando R$ 3.000 e 0,3% da bilheteria a cada um.
O sueco Ulf Lindberg, gerado
durante uma excursão do Botafogo em 1959, não está na partilha. É
o único filho homem vivo de Garrincha. Neném, da relação com
Iraci, morreu num acidente; Garrinchinha, filho de Elza, morreu
afogado. A cantora disse que não
pretende ver o filme para não recordar a morte do filho.
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