São Paulo, terça, 17 de fevereiro de 1998

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DESIGN
Quarta edição do evento, aberta para todos os designers do país, inclui categoria para mídia eletrônica
Bienal gráfica está mais democrática

FERNANDO OLIVA
da Redação

Mais democrática e,sobretudo, modernizada, a Bienal de Design Gráfico deste ano abriu a participação para todos os designers do país e criou uma categoria exclusiva para mídia eletrônica.
A partir de 3 de março, o Sesc Pompéia expõe 186 trabalhos, divididos em nove categorias. Mais de 1.500 foram inscritos, desde cartazes, catálogos de moda e capas (livros, jornais, CDs) até embalagens e projetos de identidade visual para cinemas e restaurantes.
Até o ano passado, o evento era fechado para sócios da ADG (Associação dos Designers Gráficos), promotora da Bienal, sediada em São Paulo. Agora, com a abertura desta quarta edição, o número de inscritos foi oito vezes maior.
Com o crescimento de projetos gráficos para sites na Internet e para CD-ROMs, foi constituído um juri exclusivo para a categoria com especialistas da área.
De acordo com Ricardo Ohtake, um dos diretores da ADG e integrante do júri, apesar da quantidade de participantes, o design gráfico do país ainda não encontrou traços próprios. "Nesta Bienal, sinto que uma certa coisa brasileira começa a se esboçar nas artes gráficas", acredita ele. "Nosso design costumava ser muito sóbrio, mas agora já estamos usando cores com mais habilidade. A tipografia está aparecendo não só como informação, mas também como forma de expressão."
No design gráfico, a Bienal é o evento mais importante do Brasil. Na América Latina, de acordo com Ohtake, só perde para a bienal mexicana de cartazes.
Outro jurado, também sócio da ADG, o designer Chico Homem de Mello acha que a grande ruptura dessa edição aconteceu na área de editorial de moda. "Os catálogos revelam grande inventividade gráfica, talvez porque a moda permita, e se alimente, de mudanças."
A princípio, o nome de Zuenir Ventura destoa do restante do júri. O jornalista participou do grupo que fundou, no Rio, a Escola Superior de Desenho Industrial, em 1962, a primeira da América Latina. A escola ainda existe, e Ventura continua dando aulas de comunicação verbal para a área de programação visual.
Além de exposição de obras, haverá palestra com o cubano Carlos Segura. O designer, que hoje reside em Chicago, fala sobre o uso não convencional da tipografia.

O quê: 4ª Bienal de Design Gráfico Quando: de 3 a 29 de março (ter a sáb, das 10h às 21h; dom, das 10h às 20h) Onde: Sesc Pompéia (r. Clélia, 93, tel. 011/3871-7777)

O quê: palestras com Carlos Segura Quando: 9/3, 20h30 (Alumni, r. Brasiliense, 65, Chácara Santo Antonio); 10/3, 9h30 às 12h e 14h30 às 17h (Sesc Pompéia)




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