São Paulo, sexta-feira, 17 de março de 2000


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"CRIMES DELICADOS"
Abujamra volta ao palco

do enviado a Curitiba

Dedicando-se atualmente à TV e ao cinema, o dramaturgo mineiro José Antônio de Souza, que vive em São Paulo, teve suas peças restritas, nos últimos anos, ao circuito universitário (na década de 70, foi montado por Jô Soares, por exemplo). A partir de hoje, ele volta à cena com a estréia de "Crimes Delicados" em Curitiba. A direção é de Antônio Abujamra, que já montou a peça em 1977.
Para Souza, a história possui elementos do teatro do absurdo, com influências do romeno Eugène Ionesco ou do irlandês Samuel Beckett.
"Crimes Delicados" conta a relação de um casal de patrões com sua empregada. Lila e Hugo sublimam o instinto violento da classe média.
Depois de matar os peixinhos do aquário, o gato e o cachorro, eles arquitetam friamente o assassinato de Efigênia. Mas ela sempre retorna após a morte, diluindo as noções de realidade.
"O eterno retorno da empregada é uma metáfora da resistência do povo, em qualquer país, independente dos massacres que ele sofre ao longo da história", explica Souza, 59. Em 1973, quando pôs o ponto final no texto, a associação com os desmandos do governo militar era patente.
A nova montagem de Abujamra, que estréia em São Paulo no dia 24, traz o casal Nicette Bruno e Paulo Goulart como patrões e a filha Bárbara Bruno Goulart no papel da empregada. (VS)


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