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"CRIMES DELICADOS"
Abujamra volta ao palco
do enviado a Curitiba
Dedicando-se atualmente à TV
e ao cinema, o dramaturgo mineiro José Antônio de Souza, que vive em São Paulo, teve suas peças
restritas, nos últimos anos, ao circuito universitário (na década de
70, foi montado por Jô Soares, por
exemplo). A partir de hoje, ele
volta à cena com a estréia de "Crimes Delicados" em Curitiba. A direção é de Antônio Abujamra,
que já montou a peça em 1977.
Para Souza, a história possui
elementos do teatro do absurdo,
com influências do romeno Eugène Ionesco ou do irlandês Samuel
Beckett.
"Crimes Delicados" conta a relação de um casal de patrões com
sua empregada. Lila e Hugo sublimam o instinto violento da classe
média.
Depois de matar os peixinhos
do aquário, o gato e o cachorro,
eles arquitetam friamente o assassinato de Efigênia. Mas ela sempre retorna após a morte, diluindo as noções de realidade.
"O eterno retorno da empregada é uma metáfora da resistência
do povo, em qualquer país, independente dos massacres que ele
sofre ao longo da história", explica Souza, 59. Em 1973, quando
pôs o ponto final no texto, a associação com os desmandos do governo militar era patente.
A nova montagem de Abujamra, que estréia em São Paulo no
dia 24, traz o casal Nicette Bruno e
Paulo Goulart como patrões e a filha Bárbara Bruno Goulart no papel da empregada.
(VS)
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