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ANÁLISE
Dupla fez império vendendo sedução
ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA
A dupla Dolce & Gabbana já
faz parte da história da moda. Sua mulher extremamente feminina, sensual e poderosa ajudou a desenhar um período e uma
silhueta: a glamourosa diva de
sangue quente, siciliana na essência, global na atitude, encaixou-se
perfeitamente nas vontades do
Planeta Fashion. A partir de sua
"piccolina" loja milanesa, os jovens italianos foram, aos poucos,
construindo um império.
Que continua em expansão. Os
dois parecem ter descoberto a receita do bolo. A Dolce & Gabbana
vende também um lifestyle, um
universo. Com um sólido trabalho de imagem, roupas de qualidade, desfiles focados, seu público
não parece demonstrar sinais de
cansaço. Ao contrário. As vendas
vão muitíssimo bem e as lojas respondem a novas necessidades,
como o incrível espaço masculino
recém-inaugurado em Milão,
combinando clássico e moderno,
onde um spa e uma barbearia cercam um descoladérrimo bar.
A dupla continua a seduzir. No
inverno da D&G, mostrado no final de fevereiro em Milão, Boy
George na primeira fila amarrou a
história de uma coleção leve, otimista e alegre, que terminou com
uma sequência de camisetas em
arco-íris: a bandeira da paz européia contra a guerra. Já o tema da
coleção principal de inverno
2003/2004 foi tecno-romance, e o
desfile contou com uma parada
de supermodels clássicas -Linda
Evangelista, Naomi Campbell,
Amber Valetta-, introduzindo
looks característicos da marca: o
terninho risca-de-giz, totalmente
renovado e pronto para os novos
tempos, com pernas alongadas e
ombros fortes; o look da saia lápis
de cintura marcada, com camisa e
sutiã aparecendo; os "animal
prints"; a mistura de esporte e
couture e, finalmente, as peças de
estampa optical que vão vender
feito água, mesmo nos bicudos
tempos do mundo de hoje.
Quem quiser entender o segredo da magia da Dolce & Gabbana
é só conferir a atual coleção de
primavera-verão, que tem como
item marcante uma gargantilha
escrita em letras maiúsculas e garrafais: S-E-X.
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