São Paulo, Sexta-feira, 17 de Setembro de 1999
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MUNDO GOURMET

Supremo supera o "trivial"


JOSIMAR MELO
Colunista da Folha

Comida de bar parece sempre meio igual. Pastéis de aperitivo, carpaccio como entrada, picadinho ou filé com molho de mostarda. O Supremo, entretanto, muda um pouco este hábito. Começou em 85, numa idéia interessante e original em que três sócios (Américo Marques da Costa Neto, 51; Roberto Suplicy, 53; e Arnaldo Diederichsen, 49) reformaram um antigo empório sem mudar sua atmosfera.
Nascia o Supremo, com seu longo balcão de mármore, paredes caiadas, espelhos inclinados, mesas de madeira nua, evocando tempos antigos. Foi sempre, antes de tudo, um bar, local de boa bebida e de paquera de meia-idade.
Mas já servia uma comida diferenciada, de inspiração portuguesa, mas com pratos regionais brasileiros e novidades como saladinha de bacalhau desfiado -capricho suplantado, no entanto, pela bebida.
De quatro anos para cá alguma coisa mudou. Além de uma reforma e da ocupação do porão (o Supremo Musical), os proprietários passaram a chamar a casa de Bar e Restaurante Supremo, e chamaram o chef de cozinha José Xavier, 47, com passagem pelo Pandoro, Baiúca, Mr. Fish e experiência de três anos em Portugal.
Com isso se reforçou o trabalho de Américo, que é quem toca o lugar. Ele passou a elaborar com o chef um menu muito mais interessante do que o da maioria dos bares, com resultados satisfatórios no prato.
Sem abdicar dos pratos triviais, as "especialidades da casa" incluem mignon de leitão com risoto de erva-doce e posta de robalo ao vapor com legumes. No cardápio há pratos como salmão com erva-doce grelhada e purê de mandioquinha. As sugestões do dia podem ser lula recheada com carne suína e moqueca de peixe. Nada mau para um almoço rápido nos jardins, ou um jantarzinho na boemia.


Cotação: $$ Avaliação: regular


Restaurante: Supremo
Onde: r. da Consolação, 3.473, tel. 282-6142
Quando: seg. a sex., 11h30/último cliente; sáb., 11h/último cliente; dom., 12h/último cliente
Serviço: de bar, mas funciona
Cozinha: de botequim, mas nada óbvia
Cartão: D. e M.
Quanto: massas, R$ 14,30 a R$ 17,60; pescados, R$ 17,60 a R$ 27; carnes e aves, R$ 14,30 a R$ 39,60 (duas pessoas); sobremesas, R$ 4,40 a R$ 6,60

$ (até R$ 22); $$ (R$ 22,01 a R$ 42); $$$ (de R$ 42,01 a R$ 62); $$$$ (acima de R$ 62). Avaliação: excelente    ; ótimo   ; bom  ; regular (sem estrela); ruim  

Em brasa - 1
Os apreciadores da melhor churrascaria da cidade (a Baby-Beef Rubaiyat) já podem respirar aliviados. Depois de um entrevero familiar que chegou a provocar a saída de Belarmino Iglesias Filho das atividades da rede, tudo volta à normalidade. Reconciliado com o pai (que implantou o grupo) e os irmãos, Iglesias volta a tocar os restaurantes a todo o vapor.

Em brasa - 2
Pelo acordo realizado, Belarmino Filho deixa de ser apenas herdeiro para tornar-se sócio importante do Rubaiyat. Além da participação acionária, torna-se formalmente o operador da rede. E pode agora dedicar-se ao novo projeto da empresa: um restaurante de peixes grelhados. Fiel à origem espanhola da família.

Caçula
Enquanto isso o concorrente Dinho's Place, abre nova casa. Colado ao tradicional ponto da al. Santos, o Empório Dinho's terá pratos rápidos (de massas a grelhados), café da manhã, tortas e chás.




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