|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"VOLTANDO PARA CASA"
Maçante e óbvio, filme abusa dos tons melodramáticos e piegas
SYLVIA COLOMBO
EDITORA DO FOLHATEEN
O título, no gerúndio, definitivamente, não ajuda. Pelo
menos, soa sincero. Nos dá a impressão de que enfrentaremos um
filme maçante, lento, anticlimático e sem reviravoltas. "Voltando
para Casa" é tudo isso. E só.
Uma mulher interrompe a viagem de férias com os filhos para
fazer uma surpresa ao marido,
que ficou em casa, no Canadá.
Volta e o flagra na cama com outra (já viu isso em algum lugar?).
Seguem-se diálogos recheados
do tipo "não é o que você está
pensando", "perdi a confiança em
você" e assim por diante.
No auge dessa conversa fiada,
descobre-se que o filho pequeno
está com câncer. E, tendo ouvido
falar de um curandeiro russo, na
Polônia, que salva vidas com o toque das mãos, a mulher decide,
como se fosse a coisa mais natural
do mundo, levar o garoto até lá.
Bem, o curandeiro salva sim o
garoto, e a mãe, por sua vez, se
apaixona pelo curandeiro... E resolve levá-lo para seu país e ensiná-lo sobre o "amor" numa romântica cabana na floresta...
O roteiro é, como se pode ver,
fraco, piegas e melodramático, e
os atores parecem colocados em
cena com a única preocupação de
fazer com que seus rostos dilacerados sobressaiam sempre. Cansa
o excessivo recurso dos closes.
Mas, sigamos mais um pouco.
Mãe e curandeiro voltam do idílio
(e ela JÁ está grávida), e descobrem que o garoto adoeceu de novo. O curandeiro tenta salvá-lo
mais uma vez, mas já não consegue, pois caiu nas garras do amor
e, por isso, perdeu seus poderes.
Difícil, né?
Voltando para Casa
Julie Walking Home
Direção: Agnieszka Holland
Produção: Alemanha/Canadá/Polônia/EUA , 2002
Com: Miranda Otto, William Fichtner
Quando: a partir de hoje nos cines Frei
Caneca Unibanco Arteplex 4, Sala UOL de
Cinema e circuito
Texto Anterior: "Rei Arthur": Távola Redonda ganha "armadura" western Próximo Texto: "À Margem da Imagem": Documentário mostra múltiplas caras e atividades dos sem-teto Índice
|