São Paulo, sexta-feira, 17 de setembro de 2004

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"VOLTANDO PARA CASA"

Maçante e óbvio, filme abusa dos tons melodramáticos e piegas

SYLVIA COLOMBO
EDITORA DO FOLHATEEN

O título, no gerúndio, definitivamente, não ajuda. Pelo menos, soa sincero. Nos dá a impressão de que enfrentaremos um filme maçante, lento, anticlimático e sem reviravoltas. "Voltando para Casa" é tudo isso. E só.
Uma mulher interrompe a viagem de férias com os filhos para fazer uma surpresa ao marido, que ficou em casa, no Canadá. Volta e o flagra na cama com outra (já viu isso em algum lugar?).
Seguem-se diálogos recheados do tipo "não é o que você está pensando", "perdi a confiança em você" e assim por diante.
No auge dessa conversa fiada, descobre-se que o filho pequeno está com câncer. E, tendo ouvido falar de um curandeiro russo, na Polônia, que salva vidas com o toque das mãos, a mulher decide, como se fosse a coisa mais natural do mundo, levar o garoto até lá.
Bem, o curandeiro salva sim o garoto, e a mãe, por sua vez, se apaixona pelo curandeiro... E resolve levá-lo para seu país e ensiná-lo sobre o "amor" numa romântica cabana na floresta...
O roteiro é, como se pode ver, fraco, piegas e melodramático, e os atores parecem colocados em cena com a única preocupação de fazer com que seus rostos dilacerados sobressaiam sempre. Cansa o excessivo recurso dos closes.
Mas, sigamos mais um pouco. Mãe e curandeiro voltam do idílio (e ela JÁ está grávida), e descobrem que o garoto adoeceu de novo. O curandeiro tenta salvá-lo mais uma vez, mas já não consegue, pois caiu nas garras do amor e, por isso, perdeu seus poderes.
Difícil, né?


Voltando para Casa
Julie Walking Home

 
Direção: Agnieszka Holland
Produção: Alemanha/Canadá/Polônia/EUA , 2002
Com: Miranda Otto, William Fichtner
Quando: a partir de hoje nos cines Frei Caneca Unibanco Arteplex 4, Sala UOL de Cinema e circuito



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