São Paulo, quinta, 17 de setembro de 1998

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Músico comenta o pop contemporâneo

da Reportagem Local

A Folha mostrou a Tom Zé uma série de músicas de artistas contemporâneos -que ele afirma nunca ouvir. Acompanhe as reações do artista às canções.


"Loser", Beck, EUA - "É uma plagicombinação daquela dos Beatles (cantarola "Hey Jude')."
"Going Out of My Head", Fatboy Slim, Inglaterra - "É voz humana? Emocionante. Lembra quando a gente é criança, conversa com uma boneca, fantasia uma pessoa."
"A Cidade", Chico Science & Nação Zumbi, Pernambuco (remix de Soul Slinger) - "É do caralho. Ah, é Chico Science? Os mixadores não perdoam nem os mortos. A mixagem do fim dos 90 é uma calamidade, é como uma febre espanhola."
"O Africano e o Ariano", Mundo Livre S/A, Pernambuco - "Metade do texto eu assinaria com orgulho e inveja. É de Pernambuco? Por isso eu digo que sou mais pernambucano que baiano."
"2010", Cornelius, Japão - "Tem influência de música barroca. É engraçado, se transporta da sala de concerto para o teatro de rock."
"Une Very Stylish Fille", Dimitri from Paris, França - "Se fosse Severino Araújo, ele soltava essa orquestra. O cara queria tocar música brasileira, mas desconfio que não é, nunca sai do tempo certo."
"Sexy Boy", Air, França - "É um pouco mais tradicional essa. Isso é comovente. Parece um pouco uma ficção científica infantil."
"Da Funk", Daft Punk, França - "É parnasiano. Como diz o maestro Júlio Medaglia, esses países civilizados estão vazios de coração."

Ao final da audição, Tom Zé compara seu pop agora globalizado ao dos artistas mais jovens: "Em alguns momentos tive inveja das idéias, mas sinto falta do contador de histórias".



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