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Músico comenta o pop contemporâneo
da Reportagem Local
A Folha mostrou a Tom Zé uma
série de músicas de artistas contemporâneos -que ele afirma
nunca ouvir. Acompanhe as reações do artista às canções.
"Loser", Beck, EUA - "É uma plagicombinação daquela dos Beatles
(cantarola "Hey Jude')."
"Going Out of My Head", Fatboy
Slim, Inglaterra - "É voz humana?
Emocionante. Lembra quando a
gente é criança, conversa com uma
boneca, fantasia uma pessoa."
"A Cidade", Chico Science & Nação Zumbi, Pernambuco (remix de
Soul Slinger) - "É do caralho. Ah, é
Chico Science? Os mixadores não
perdoam nem os mortos. A mixagem do fim dos 90 é uma calamidade, é como uma febre espanhola."
"O Africano e o Ariano", Mundo
Livre S/A, Pernambuco - "Metade
do texto eu assinaria com orgulho
e inveja. É de Pernambuco? Por isso eu digo que sou mais pernambucano que baiano."
"2010", Cornelius, Japão - "Tem
influência de música barroca. É
engraçado, se transporta da sala de
concerto para o teatro de rock."
"Une Very Stylish Fille", Dimitri
from Paris, França - "Se fosse Severino Araújo, ele soltava essa orquestra. O cara queria tocar música brasileira, mas desconfio que
não é, nunca sai do tempo certo."
"Sexy Boy", Air, França - "É um
pouco mais tradicional essa. Isso é
comovente. Parece um pouco uma
ficção científica infantil."
"Da Funk", Daft Punk, França -
"É parnasiano. Como diz o maestro Júlio Medaglia, esses países civilizados estão vazios de coração."
Ao final da audição, Tom Zé compara seu pop agora globalizado ao
dos artistas mais jovens: "Em alguns momentos tive inveja das
idéias, mas sinto falta do contador
de histórias".
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