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HOMENAGEM
População escreverá mensagens e histórias na publicação, que depois será enterrada no centro da cidade
BH lança novo "Livro do Centenário"
PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
A comissão que organiza as programações do centenário de Belo
Horizonte deve lançar nos próximos dias o "Livro do Centenário",
que vai ficar para a posteridade,
enterrado em um ponto do Parque
Municipal, no centro da cidade.
Esse livro, que receberá prefácio
do compositor Fernando Brant,
será escrito pela população belo-horizontina por meio de mensagens e curtas histórias sobre a
capital mineira, que no dia 12 de
dezembro completa cem anos.
Nesse dia, o livro será colocado
dentro de um baú, que, com outros objetos, será enterrado em um
local do parque para ser aberto só
quando a cidade estiver completando 200 anos de existência.
O livro para as mensagens ficará
à disposição na Casa do Centenário, casarão onde funcionava a escola de música da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais),
na avenida Afonso Pena.
Essa idéia não é original dos organizadores do centenário. Ela foi
inspirada nos construtores de Belo
Horizonte, que no dia 7 de setembro de 1895 -quando lançaram a
pedra fundamental que marcou o
início das construções dos prédios
públicos da cidade- enterraram
um baú com vários objetos.
Baú perdido
Passados 102 anos que os objetos
foram enterrados, o baú está perdido. Sabe-se que ele foi enterrado
na base da pedra fundamental, onde está hoje, provavelmente, o
prédio da Prefeitura de Belo Horizonte ou nas imediações.
Não foi deixada uma referência
sobre esse local e agora não existe
sentido fazer escavações no centro
da cidade para tentar encontrá-lo.
De qualquer forma, as tentativas
de encontrar o baú não cessaram.
Alguns engenheiros da prefeitura estão analisando alternativas
possíveis, baseados somente em
impressões. "Para encontrar esse
baú teria que ser feito um verdadeiro trabalho de arqueologia. As
esperanças não estão perdidas,
mas são remotas", disse Manoel
Guimarães, integrante da comissão do centenário.
A existência desse baú é relatada
em detalhes pelo padre Francisco
Martins Dias, no livro "Traços
Históricos e Descriptivos de Bello
Horizonte", escrito em junho de
1897, cinco meses antes da inauguração da nova capital de Minas.
Relata o padre Chiquinho, como
era chamado, que dentro do baú
estava a ata que marcou o lançamento da pedra fundamental,
exemplares das constituições do
país e da mineira, jornais do dia,
moedas e outros objetos que as
pessoas ofereceram.
De acordo com o relato do padre,
todos os objetos foram colocados
em "uma linda caixa de veludo
azul celeste", que foi colocada
dentro de uma outra e esta envolvida por um tampo.
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