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Livro de 'mulher nova' espantou
da Equipe de Articulistas
Rachel de Queiroz entrou para a
história da literatura brasileira
com o romance "O Quinze"
(1930), que escreveu aos 19 anos.
Nenhum outro de seus livros teria
o mesmo destino de sucesso.
Nem "As Três Marias" (1963),
transformado em novela de TV,
ou "Dôra, Doralina" (1975),
transformado em filme de cinema.
Ao lado de "A Bagaceira", de José Américo de Almeida, "O Quinze" seria marco na evolução do
novo romance nordestino. É "O
Quinze" que inaugura as qualidades de economia e vivacidade da
prosa que caracterizaria o romance regionalista dos anos 30 e 40.
No ensaio de Vilma Arêas nos
"Cadernos" ("Rachel: o Ouro e a
Prata da Casa"), a professora reproduz um comentário de Graciliano Ramos sobre o surgimento
do primeiro romance dela.
"O 'Quinze' caiu de repente ali
por meados de 30 e fez nos espíritos estragos maiores que o romance de José Américo, por ser livro de
mulher e, o que na verdade causava assombro, de mulher nova. Seria realmente de mulher? Não
acreditei. Lido o volume e visto o
retrato no jornal, balancei a cabeça: 'Não há ninguém com esse nome... pilhéria. Uma garota assim
fazer romances! Deve ser pseudônimo de sujeito barbado'."
O romance de Rachel ficou para
a história do mesmo modo que a
seca está gravada na memória do
sertanejo. "Eu nasci no final de
10", conta Rachel. "Ainda tinha
quatro anos na seca de 1915."
"Mas me lembrava de muita coisa, principalmente de quando ia a
Fortaleza com minhas tias aos chamados 'campos de concentração',
onde se recolhiam as famílias vítimas da seca para receber socorro,
comida, roupa."
(MF)
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