São Paulo, sábado, 17 de outubro de 1998

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"ILLUMINATA"
Segundo longa-metragem vale pelos bons atores

de Nova York

O ator John Turturro volta à direção com "Illuminata". Faz uma dupla declaração de amor: ao teatro e à sua mulher, Katherine Borowitz. Perigo, perigo.
"Illuminata" parece um típico filme dos anos 80 em seu gosto pela metalinguagem e no elogio do artifício. Tudo gira em torno de uma companhia de teatro na Nova York do início do século. Dramas da vida e do palco se entrelaçam.
Turturro reservou, claro, os papéis centrais para ele e senhora. Ela faz Rachel, a atriz principal da companhia. Ele é Tuccio, que aposta tudo em sua estréia como dramaturgo.
Um ator adoece e sua chance se apresenta. As idas e vindas nos ensaios se alternam com o frenesi sexual dos bastidores. Dois personagens de fora ajudam a catalisá-lo: o crítico homossexual Bevalaqua (Christopher Walken), inspirado em Oscar Wilde, e a atriz insaciável Celimene, outra composição memorável de Susan Sarandon.
Escrita pelo próprio Turturro ao lado de Brandon Cole, "Illuminata" não se envergonha de lançar mão de todas as fórmulas da comédia de bulevar. Turturro dirige a câmera com timidez, confiando no carisma dos intérpretes, no poder da palavra e na suntuosidade (falsa) do cenário.
"Illuminata" arrasta-se um pouco em suas quase duas horas e nada tem de novo a dizer. Curiosamente, funciona melhor nos raros instantes em que opta pelo drama, como no belo desfecho na noite da estréia. Somado ao solo dos atores, vale o ingresso. (AL)
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Filme: Illuminata Produção: EUA, 1998 Direção: John Turturro Quando: hoje, às 20h10, na Sala Cinemateca Folha (lgo. Sen. Raul Cardoso, 207, tel. 011/5084-2177)



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