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"ILLUMINATA"
Segundo longa-metragem vale pelos bons atores
de Nova York
O ator John Turturro volta à direção com "Illuminata". Faz uma
dupla declaração de amor: ao teatro e à sua mulher, Katherine Borowitz. Perigo, perigo.
"Illuminata" parece um típico
filme dos anos 80 em seu gosto pela
metalinguagem e no elogio do artifício. Tudo gira em torno de uma
companhia de teatro na Nova York
do início do século. Dramas da vida e do palco se entrelaçam.
Turturro reservou, claro, os papéis centrais para ele e senhora. Ela
faz Rachel, a atriz principal da
companhia. Ele é Tuccio, que
aposta tudo em sua estréia como
dramaturgo.
Um ator adoece e sua chance se
apresenta. As idas e vindas nos ensaios se alternam com o frenesi sexual dos bastidores. Dois personagens de fora ajudam a catalisá-lo: o
crítico homossexual Bevalaqua
(Christopher Walken), inspirado
em Oscar Wilde, e a atriz insaciável
Celimene, outra composição memorável de Susan Sarandon.
Escrita pelo próprio Turturro ao
lado de Brandon Cole, "Illuminata" não se envergonha de lançar
mão de todas as fórmulas da comédia de bulevar. Turturro dirige a
câmera com timidez, confiando no
carisma dos intérpretes, no poder
da palavra e na suntuosidade (falsa) do cenário.
"Illuminata" arrasta-se um pouco em suas quase duas horas e nada tem de novo a dizer. Curiosamente, funciona melhor nos raros
instantes em que opta pelo drama,
como no belo desfecho na noite da
estréia. Somado ao solo dos atores,
vale o ingresso.
(AL)
˛
Filme: Illuminata
Produção: EUA, 1998
Direção: John Turturro
Quando: hoje, às 20h10, na Sala
Cinemateca Folha (lgo. Sen. Raul Cardoso,
207, tel. 011/5084-2177)
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