São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 2006

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"Eu me achei fazendo cinema", diz a protagonista

DA REPORTAGEM LOCAL

Hermila Guedes, 25, não pensou em ser atriz. "Aconteceu", diz. Primeiro como brincadeira, de ensaiar peças no quintal da casa de um amigo.
A partir daí, ela foi parar no elenco do curta "O Pedido" (1999), de Adelina Pontual, que é amiga de Marcelo Gomes, diretor de "Cinema, Aspirinas e Urubus", em que Hermila fez um pequeno papel. Como a caroneira no furgão de Johann (Peter Ketnath) e Ranulpho (João Miguel), ela seduz ambos, sem fazer força.
"Cinema, Aspirinas e Urubus" tem roteiro de Karim Aïnouz, que havia revelado o potencial cinematográfico de Lázaro Ramos em "Madame Satã", e decidiu alçar Hermila à musa de "O Céu de Suely".
Para fazer o papel da protagonista, ao qual emprestou até seu nome, Hermila viveu como a personagem, vestindo suas roupas e freqüentando seus lugares de trabalho e diversão em Iguatu (CE) não só nos dias de filmagens, mas nos dois meses de ensaio que as antecederam.
"Tenho a sensação de que não dei só uma personagem, dei uma alma a Karim", afirma. Talvez por isso Hermila chore sem controle a cada vez que vê o filme. Com ele, ficou certa de querer seguir na profissão que (não) escolheu. "Sou minimalista. Tudo o que faço é pequeno. Eu coube ali. Não precisava fazer nada, nem atuar, só sentir. Me achei fazendo cinema."


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