São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

THIAGO NEY

Um disco para te levar para casa

Liderado por uma carismática vocalista, os Long Blondes lança álbum que vai da new wave ao rock de garagem

SE TIVESSE saído também nos EUA e há um pouco mais de tempo, "Someone to Drive You Home" estaria em qualquer lista dos melhores discos de 2006. Como foi lançado há apenas dez dias e somente no Reino Unido, o álbum de estréia dos Long Blondes talvez não desperte a atenção que mereça.
O rock desse quinteto de Sheffield é dos mais originais e estimulantes da nova safra de bandas britânicas. Às vezes lembra Blondie, às vezes é rock de garagem, às vezes é pós-punk, algumas músicas são levadas pelo baixo, outras pela guitarra.
A banda ganha corpo com a vocalista Kate Jackson, estilosa, cuja voz parece tanto a de Gwen Stefani como a de Siouxsie Sioux. Coisa rara, o disco é bom por inteiro -em "Someone to Drive You Home", não há faixas supérfluas.
As ótimas "Weekend without Makeup" e "Giddy Stratospheres" já rodavam a internet. O álbum traz ainda "Only Lovers Left Alive", de refrão new wave, "Lust in the Movies", com Jackson gritando "Edie Sedgwick, Anna Karenina, Arlene Dahl / I just want to be a sweetheart" e a intensa "You Could Have Both".
Não pára por aí. O single "Once and Never Again" traz "Five Ways to End It", "Who Are You To Her?" e "Whippet Fancier", que foram produzidas por Erol Alkan e não estão no álbum -mas entrariam em qualquer álbum de qualquer banda.

 

O DJ Eric Prydz, que não saía das FMs e de várias pistas com a baba "Call On Me", lançará em janeiro "Proper Education", faixa que sampleia "Another Brick in the Wall" (inclusive a voz de David Gilmour).
Pavorosa, já está sendo tocada pela britânica Radio 1 e alguns sites já têm o MP3. Mesmo que a curiosidade seja grande, mesmo que seja apenas para conferir o quanto ela é ridícula, não vá atrás. Daqui a pouco ela será martelada em todos os lugares.
 

O Amplitude, selo de Elma e Debate, deixou de ser apenas selo para promover exibições de documentários que giram em torno da música. Até domingo, realiza exibições na Cinemateca, em São Paulo, de filmes que abordam desde Robert Moog até a cena punk coreana. Mais informações: www.amplitude.art.br.

thiago@folhasp.com.br

Texto Anterior: Mônica Bergamo
Próximo Texto: Crítica/"Canta Maria": "Cinema de mercado" engole filme nacional
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.