São Paulo, Sexta-feira, 17 de Dezembro de 1999


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O resgate do boneco Woody


Estréia hoje "Toy Story 2", sequência da animação campeã de bilheterias em 1995; exército de brinquedos tenta salvar o caubói de madeira Woody, sequestrado por um colecionador mau-caráter; trama infantil é recheada de referências ao cinema


LÚCIO RIBEIRO
Editor-adjunto da Ilustrada

Filme altamente indicado para crianças de até uns 80 anos de idade, "Toy Story 2" vai emocionar aqueles que algum dia na vida já tiveram um brinquedo como melhor amigo.
Não se espera de uma sequência que ela seja melhor que o original, mas esta continuação da animação computadorizada que foi sensação de crítica e bilheteria em 1995 não só supera o original como enche os olhos, ao permear toda sua história de levada infantil com referências ao cinema.
"Jurassic Park", "Guerra nas Estrelas", "Duro de Matar 2", musicais e muitos outros elementos da sétima arte podem ser vistos na trama, enquanto o astronauta de plástico Buzz Lightyear lidera uma trupe de brinquedos para resgatar o amigo caubói Woody das mãos sujas de um colecionador vilão.
O caubói de madeira Woody, o brinquedo preferido do garotinho Andy, que começa a sofrer rejeição do dono, descobre-se um raro exemplar de famoso boneco baseado em desenho animado da TV dos anos 50.
Eis que o tal colecionador vilão, de posse de Woody, planeja vender o brinquedo para os japoneses, que o exporiam em museu.
Dilema de Woody: fugir do vilão e deixar de ser visto por várias gerações de crianças no Japão ou voltar para o garoto Andy e assistir a chegada da adolescência do dono e a consequente queda de interesse por brinquedos infantis.
Enquanto Woody encara sua "escolha de Sofia", Buzz, o cachorro-mola, o dinossauro de brinquedo e o Sr. Cabeça de Batata descobrem o que está acontecendo e enfrentam todos os perigos para salvar o amiguinho de madeira.
Desses perigos duas sequências espetaculares: a da confusão causada pelos bonecos enquanto atravessam uma via expressa; e toda a aventura dos brinquedos dentro da loja de... brinquedos.
Na loja, Buzz Lightyear encontra vários Buzz Lightyear, à medida que os outros brinquedos passeiam em um carrinho dirigido por uma insuportável Barbie-guia-turística.
Alguns personagens novos aparecem na continuação de "Toy Story". O velho Mineiro, por exemplo, é rabugento porque nenhuma criança jamais quis brincar com ele. Tanto que ele ainda vive dentro de sua caixa.
Mas a melhor é a triste vaqueira Jessie, que protagoniza tocante cena, digna de musicais, quando canta "When She Loved Me", sobre sua dona, Emily, que a esqueceu debaixo da cama depois que trocou suas bonecas por esmaltes.
Outro ponto altíssimo de "Toy Story 2", assim como no original, são as figuras que emprestam vozes para os brinquedos, na versão em inglês: os mesmos Tom Hanks e Tim Allen sonorizam Woody e Buzz, respectivamente. E a atriz Joan Cusack responde pela voz da tristonha Jessie.
"Toy Story 2" é talvez o melhor entretenimento cinematográfico do ano. Divertido, inteligente e cheio de ação, tem também coração. E relembra uma coisa que, quando criança, se sabe: todos os brinquedos pensam exatamente do jeito que toda criança pensa que eles pensam.


Avaliação:     


Filme: Toy Story 2
Diretor: John Lasseter
Produção: EUA, 1999
Quando: a partir de hoje, nos cines Astor, Butantã 1, Center Iguatemi 1 e 3, Continental 1 e circuito


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