São Paulo, sábado, 18 de março de 2006

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CRÍTICA

"O Inquisidor" une thriller, horror e religião

ESPECIAL PARA A FOLHA

Virar as páginas de "O Inquisidor" é como ler três livros ao mesmo tempo. Valerio Evangelisti narra simultaneamente três histórias: a viagem de uma nave espacial em 2194, a pressão de uma obscura organização do governo sobre um cientista texano no século 20 e os apuros de um padre catalão em 1352, após ser nomeado inquisidor e se deparar com uma seita satânica.
Resumindo: ficção científica, thriller político, drama histórico, questionamento religioso e horror com muito sangue. Mais "new weird" que isso é impossível.
A ligação entre duas dessas histórias fica clara logo nas primeiras páginas. A espaçonave Malpertuis viaja em 2194 movida pela força de "partículas psíquicas". No século 20, Marcus Frullifer tenta convencer cientistas mais experientes de que não está louco ao propor uma teoria sobre extrair energia de partículas emitidas pelo cérebro humano.
Mas entender como isso se relaciona com um padre na Espanha do século 14 vai exigir a leitura do livro até seus capítulos finais. Tarefa bem fácil, porque o estilo ágil do escritor italiano e sua inegável habilidade para criar ganchos de suspense na trama ajudam bastante. (TM)

O Inquisidor
    
Autor: Valerio Evangelisti
Editora: Conrad
Quanto: R$ 37 (296 págs.)


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