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"Ratinho é um fenômeno do escracho"
da Reportagem Local
Para o promotor Clilton Guimarães dos Santos, do Ministério Público do Estado de São Paulo, "a
baixaria saltou dos telejornais policiais para a programação das
TVs". Ele se diz "estarrecido e
preocupado" com a criação de novos programas como "Ratinho Livre" e "Márcia". Na próxima segunda-feira, estréia o popular
"Magdalena Manchete Verdade".
Santos credita o sucesso desses
programas à inoperância do Estado e à própria Rede Globo.
"A Globo está pagando o preço
da baixaria encapada que sempre
produziu, porque telenovelas
nunca foram programas de bom
nível. A emissora está vendo hoje
que há quem faça coisas mais baixas ainda", diz.
E conclui: "O programa do Ratinho só existe porque falta esgoto,
saúde etc. e há um descaso muito
grande das autoridades. A população só quer esse programa porque
não tem apoio dos governos".
Para o promotor, Ratinho, ao
usar o discurso de que exibe bizarrices porque quer ajudar as pessoas, está sendo demagogo.
"O Ratinho promove a desinformação e um clientelismo absolutamente demagógico. O que ele está fazendo é coisa de circo, histrionice. Há gente que faz muito mais
do que ele e não fala uma palavra.
Ele é um fenômeno do escracho."
Santos afirma que não quer
"perseguir" os apresentadores
Carlos Massa e Márcia Goldschmidt. Afirma que está se pautando
"pelo interesse social ideal" ao investigar os excessos nos programas. "Só vou pegar os casos mais
graves de violação à dignidade e
propor ações indenizatórias contra as emissoras, e não contra os
apresentadores", diz.
"O Ministério Público não nasceu para ser o policial da mídia,
mas devo levar ao Judiciário as
questões muito graves de violação
da dignidade", afirma. Para ele, o
ideal seria a sociedade se mobilizar
e criar mecanismos de controle.
Em abril do ano passado, em
parceria com o Ministério Público
da União, o promotor Santos
abriu inquérito civil para coibir
excessos em telejornais como o
"Cidade Alerta" e o "190 Urgente".
O inquérito resultou em portaria
do delegado-geral da Polícia Civil
de São Paulo proibindo policiais
de darem entrevistas a programas
desse gênero.
(DC)
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