|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RELÂMPAGOS
Figueira
JOÃO GILBERTO NOLL
Quantas vezes pedi: "Não
venha mais!". Eu estava sentado na praça da Catedral,
no centro de Florianópolis.
Turistas argentinos, de
mãos dadas, davam um
abraço na secular figueira. E
cantavam, a me cercar também, ali, à sombra da imponente copa. Em meio à algazarra, eu pedia a quem já esqueci para não vir mais, que
ficasse lá em seu indefectível
desinteresse, impermeável
com certeza à tempestade
deste copo aqui. Abri o jornal para assim passar a noite
e a manhã seguinte. "Quanto é essa bela cesta?", perguntei à índia a meu lado.
Ela disse uma coisa em sua
língua. "Ah!", respondi. E
tirei os sapatos.
Texto Anterior: Joyce Pascowitch Próximo Texto: Cinema: "Central do Brasil" leva oito prêmios do Estação Botafogo Índice
|