São Paulo, sexta-feira, 18 de maio de 2001

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Voto cívico, protesto, fuga da obviedade

DA REPORTAGEM LOCAL

Representante do bloco dos que preferiram não votar na enquete, o produtor e compositor Hermínio Bello de Carvalho se justificou: "Nem saberia escolher as 20 melhores do Tom, do Chico, do Paulinho. Brinco com a história de um pesquisador, entre aspas, que resolveu escolher quais as "14 melhores músicas da região centro oeste do Piauí'".
No quesito voto feliz, João Parahyba, do mítico Trio Mocotó, elegeu civicamente: "Por ordem de importância, voto em "Aquarela do Brasil", "Hino Nacional Brasileiro" e "Carinhoso", os verdadeiros hinos nacionais do Brasil aqui e no exterior". O hino oficial só levou esse voto.
Outros não só não fugiram da raia como aproveitaram para protestar -caso da compositora carioca Mathilda Kóvak, que lembrou a enquete anterior da Folha:
"A escolha das capas que vocês fizeram foi totalmente absurda. Os eleitores certamente não incluíram a primeira metade do século 20, com as belíssimas capas de Di Cavalcanti, Nássara e outros gênios das artes visuais. Os anos 70 foram ricos do ponto de vista musical, mas a estética bicho-grilo era de lascar. Meus pêsames".
Kóvak não só se esqueceu da primeira metade do século 20 em sua escolha como aproveitou para votar em si própria, em "Máquina de Escrever" (gravada por Pedro Luís e A Parede).
Muitos reclamaram de ter de pinçar apenas três músicas, às vezes arbitrariamente. O produtor musical Zé Luiz Soares explicou: "Tentei fugir das óbvias, como "Carinhoso", "Chega de Saudade", "Garota de Ipanema" e "Aquarela do Brasil", que são obrigatórias". A fuga do óbvio não funcionou: ele votou em "Águas de Março".
(LR e PAS)



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