|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Professora faz texto crítico
da enviada ao Rio
O trabalho de Marlene Gomes
Mendes, professora de crítica genética da Universidade Federal
Fluminense, de fixar ou estabelecer o texto de 23 livros de Clarice
Lispector, não necessita obrigatoriamente dos originais da autora.
"Esse seria um trabalho muito
maior e a editora quer publicar logo", afirma. Isso não diminui a
importância da fixação de um texto crítico da obra de Lispector.
"Na edição crítica, você pega todas as edições em vida do autor,
vai comparando com a última e
registrando as mudanças feitas pelo autor ao longo desse tempo. No
texto crítico, confronta com uma
edição em vida, que é considerada
texto de base para a correção dos
erros", diz.
Segundo ela, o objetivo desse
procedimento é dar ao leitor um
texto fidedigno, que se aproxime o
mais possível daquele que o autor
escreveu. Assim, eliminam-se intervenções editoriais, problemas
de revisão que acabam se acumulando ao longo do tempo. "Todo
texto que tem tradição, que é
transmitido, tende a aparecer com
erros", diz Marlene.
A professora é doutora em literatura pela USP e tem publicada a
sua tese "Edição Crítica em uma
Perspectiva Genética de As Três
Marias de Rachel de Queiroz".
Segundo ela, não se pode esquecer que um texto literário tem status de obra de arte. "Ninguém vai
retocar um quadro do Picasso
porque não está de acordo com
determinada regra", afirmou
A editora Rocco faz trabalho semelhante com a obra de Lygia Fagundes Telles, que também será
reeditada quase em sua totalidade.
Lygia está fazendo as revisões
pessoalmente, assessorada pela
professora Sônia Régis, da
PUC-SP. O primeiro a sair será "A
Noite Escura e Mais Eu".
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|