São Paulo, sábado, 18 de julho de 1998

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BELEZA E LOUCURA

"Leninha sentia-se indefesa diante de Lídia. Não podia discutir num pé de igualdade com uma semilouca. Isso a exasperava, essa luta desigual em que ela não podia replicar golpe por golpe. Perdeu a paciência, quis tocar, ferir o único ponto vulnerável de Lídia.
- Você não regula! Todo o mundo sabe, todo o mundo.
Mas Lídia não se perturbou. Reagiu logo:
- Posso ser louca. Posso não regular! Mas veja, minha filha, olhe: sou bonita. Louca, mas bonita!
E insistiu, triunfante:
- Muito mais bonita do que você. Quantas vezes mais bonita, quantas! Que adianta seu juízo? Diga, que adianta? Adianta alguma coisa?
Lena, imóvel, atormentada, arrependia-se, tarde demais, do que dissera."



Trecho extraído de "Meu Destino É Pecar", de Suzana Flag





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