|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TELEVISÃO
Eurochannel traz fase clássica do Pink Floyd
DA REDAÇÃO
Há shows em que a integração
entre palco e platéia é tão indissolúvel que as apresentações atingem o status de mitológicas.
Aconteceu com James Brown no
teatro Apollo (1963), com os Rolling Stones no Madison Square
Garden (1969) e com o Pink Floyd
em Pompéia (1971). Este último
show é a atração que o Eurochannel leva ao ar hoje, às 20h30.
Mais do que uma apresentação,
o concerto entre as ruínas da cidade italiana mostra a transição de
uma banda que começou tentando sonorizar a ficção científica,
passou pelas orquestrações mais
grandiloquentes e estava aprendendo a deixar suas experiências
um pouco mais palatáveis.
Em 1971, ano da apresentação, a
banda estava divulgando o LP
"Meddle". Nele, a sonoridade do
grupo já aparecia mais compacta,
com conceitos sonoros ousados
para a época e melodias agradáveis. Essa fórmula chegaria ao paroxismo dois anos depois, quando o Pink Floyd gravou "The
Dark Side of the Moon".
Apenas oito músicas compõem
o repertório do show. Parece pouco, mas, como as idéias musicais
abundavam, algumas canções duravam mais de dez minutos. É o
caso de "Echoes - Parts 1 e 2".
Além dela, a banda aparece tocando "One of These Days", "Careful with That Axe, Eugene",
"Saucerful of Secrets", "Set the
Controls for the Heart of the Sun",
"Mademoiselle Nobs", "Eclipse" e
a então inédita "Us and Them".
De quebra, o programa traz cenas da banda no estúdio durante
as gravações do LP "The Dark Side of the Moon".
Criado em 1965 na Inglaterra, o
Pink Floyd é mais lembrado por
seus álbuns conceituais e pelo
rock progressivo que executou
nos anos 70. Mas, no início, o grupo enveredava pela psicodelia e tinha como grande trunfo a liderança do guitarrista Syd Barrett.
Para acompanhar as alucinações musicais do guitarrista, a
banda tinha Roger Waters no baixo, Rick Wright nos teclados e
Nick Mason na bateria.
Após a gravação do primeiro álbum da banda, "The Piper at the
Gates of Dawn" (1967), a instabilidade mental começou a minar a
capacidade artística de Barrett.
Dominado pela catatonia no palco, ele tocava coisas que não tinham nada a ver com os arranjos
ou simplesmente não tocava.
Foi substituído pelo também
guitarrista David Gilmour em
1968. Estava criada a formação
clássica da banda, a mesma que se
apresentou em Pompéia, num
tempo em que os dinossauros do
rock ainda tinham algo a dizer.
Texto Anterior: Noite Ilustrada - Erika Palomino: Madonna, Elza e mães-de-santo no reino da fervelândia Próximo Texto: Rádio: Classic Pan mistura música e jornalismo Índice
|