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26ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE SP
Mostra BR de Cinema programa 18 longas brasileiros recentes, com objetivo de divulgar internacionalmente a produção local
Vitrine nacional
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
A programação da 26ª Mostra
BR de Cinema, que começa hoje
para o público, é 15% brasileira.
Dos 319 títulos (de 50 países) que
o festival exibirá até 31 de outubro, 48 são nacionais (13 curtas e
35 longas-metragens).
Três longas inauguram hoje as
sessões da vertente brasileira da
mostra: o documentário "A Cobra Fumou", de Vinicius Reis, sobre a participação de pracinhas
brasileiros na Segunda Guerra
Mundial; a adaptação teatral (de
texto de Plínio Marcos) "Dois
Perdidos numa Noite Suja", de
José Joffily, e "O Canto do Mar".
Este último foi filmado em 1954
pelo cineasta Alberto Cavalcanti
(1897-82), homenageado com retrospectiva de 17 de seus filmes, e
debate (no dia 23) sobre sua obra.
"A Cobra Fumou" e "Dois Perdidos numa Noite Suja" não estrearam no circuito comercial,
mas já participaram de outros festivais. Na mesma situação estão 15
dos 18 longas da safra recente exibidos pela Mostra. Apenas três
são totalmente inéditos: "Lara",
de Ana Maria Magalhães, "35 - O
Assalto ao Poder", de Lauro Escorel, e "Vida e Obra de Ramiro Miguez", de Alvarina Souza Silva.
Magalhães reconstrói a trajetória da atriz Odete Lara, interpretada por Christine Fernandes. A estréia do longa está prevista para 8
de novembro. O fotógrafo Lauro
Escorel faz um documentário sobre os levantes contra o governo
Getúlio Vargas, em 1935, e as origens do comunismo no Brasil.
A programação brasileira da
Mostra Internacional de Cinema
não passa propriamente por uma
seleção. "Com os brasileiros somos muito generosos", diz o diretor do evento, Leon Cakoff.
Na prática, a Mostra não recusa
nenhum filme nacional que se
inscreva a participar. Apenas razões técnicas, como a falta de cópias disponíveis -caso neste ano
de "Seja o que Deus Quiser!", de
Murilo Salles- podem deixar um
filme brasileiro de fora.
Cakoff diz que abre espaço para
a cinematografia nacional considerando que a Mostra pode ser
uma vitrine para tornar os filmes
conhecidos internacionalmente.
Ana Maria Magalhães aposta
nisso. "Não estou pensando em
prêmio, mas na visibilidade internacional." Cineastas com até três
filmes no currículo participam da
competição Novos Diretores.
Além de Magalhães, estão na
disputa os brasileiros Alexandre
Stocker ("Cama de Gato"), Alvarina Souza Lima, Anna Muylaert
("Durval Discos"), Isa Albuquerque ("Histórias do Olhar"), Karim Aïnouz ("Madame Satã"), José Padilha ("Ônibus 174"), Rafael
Conde ("Samba Canção"), Renato Falcão "(A Festa de Margarete"), Ricardo Pinto e Silva ("Querido Estranho") e Vinícius Reis.
Veja programação completa em www.folha.com.br/especial/2002/mostrabrdecinema
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