São Paulo, domingo, 18 de dezembro de 2005

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COLEÇÃO FOLHA

Compositor influenciou Villa-Lobos e Beatles

Riqueza das sonoridades de Bach é destaque no próximo disco

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O volume da semana que vem da Coleção Folha de Música Clássica serve de introdução ao rico universo de Johann Sebastian Bach (1685-1750). O disco é uma espécie de "pot-pourri" dos temas bachianos mais conhecidos.
Muito mais do que o mestre supremo do barroco alemão, Bach foi uma daquelas figuras musicais gigantescas que influenciaram autores dos mais díspares períodos, gostos e tendências como o brasileiro Heitor Villa-Lobos, com suas "Bachianas Brasileiras".
Aliás, não custa lembrar que o solo de trompete da gravação original de "Penny Lane", dos Beatles, claramente ecoa o "Concerto de Brandemburgo nš 2", de Bach.
Os concertos de Brandemburgo levam este nome por terem sido dedicados por Bach ao margrave (título nobiliárquico) de Brandemburgo, em 1721. Trata-se de meia dúzia de obras que ficaram esquecidas por mais de um século, até sua redescoberta por Siegfried Wilhelm Dehn, em 1849.
Outro conjunto de peças instrumentais de destaque no repertório bachiano são as quatro suítes orquestrais. Dentre elas, o volume da semana que vem destaca a pungente melodia da "Ária na quarta corda", da suíte nš 3.
Na época do compositor alemão, contudo, seu tempo era mais tomado pela produção vocal do que pela música para instrumentos. Embora não tenha se dedicado à composição das óperas que constituíram a fama e a glória de seu mais ilustre contemporâneo, Georg Friedrich Händel, Bach passou seus 27 derradeiros anos de vida em Leipzig, como responsável pela música nas principais igrejas da cidade.
Como parte das atribuições do cargo, ele compôs ciclos de cantatas para o calendário litúrgico. E alguns corais das cantatas de Bach se tornaram tão populares que acabaram circulando também em versões instrumentais.
É o caso, por exemplo, daquela que talvez seja a mais conhecida: "Jesus, Alegria dos Homens", coral da cantata BWV 147 (chamada "Herz und Mund und Tat und Leben"). Outro coral bachiano cuja fama transcendeu os limites da obra vocal para a qual foi composta é "Wachet auf, ruft uns die Stimme" ("Acordai, a Voz nos chama"), da cantata BWV 140 (o índice BWV indica a posição das obras no catálogo de Bach).


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