São Paulo, sexta, 18 de dezembro de 1998

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Criadores preferiram insetos agradáveis

MARIANE MORISAWA
da Redação

Andrew Stanton, roteirista e co-diretor, ao lado de John Lasseter, de "Vida de Inseto", também diz ter ficado muito irritado com o fato de a DreamWorks ter lançado um filme de animação por computador com o mesmo tema.
"Porque era óbvio que eles sabiam que nós estávamos fazendo um longa sobre insetos", ele afirmou à Folha, por telefone, de San Francisco. "Mas", ele prossegue, "nós continuamos nosso trabalho e tentamos fazer o melhor possível. Quando nós fizemos "Toy Story', procuramos realizar o melhor filme sobre brinquedos possível. Agora, quisemos fazer o mesmo com os insetos."
Para isso, os realizadores de "Vida de Inseto" decidiram retirar o aspecto repugnante de formigas, aranhas e percevejos. Somente os vilões gafanhotos são feios.
Flik, o personagem principal, é uma formiga azul. A lagarta Chucrute é amarelinha, de cara gorducha e um simpático sotaque alemão. "A maior parte das pessoas tem asco de insetos. Por isso, decidimos que eles seriam agradáveis e tomamos certas licenças poéticas, como tirar um par de pernas das formigas", Stanton diz, rindo.
Em relação a "Toy Story", "Vida de Inseto" tem muitas vantagens, segundo Stanton. "Além de computadores mais rápidos, pudemos desenvolver melhor as expressões faciais e os movimentos. Em vez de termos apenas dois personagens principais, pudemos fazer 20. No lugar de um filme de 72 minutos, tivemos um de 90."
O "boom" da animação neste ano, segundo Stanton, deve ser entendido pelo que aconteceu em Hollywood há mais ou menos três anos. "Na época, por exemplo, "Toy Story' fez um enorme sucesso, e todos os estúdios perceberam que havia público e que ganhariam dinheiro com esse interesse."
O diretor não participa da sequência de "Toy Story", que será lançada no próximo ano, mas adianta que já tem outro projeto. Temeroso, afirma: "É claro que ainda não posso revelá-lo".



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