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ARTES
Exposição no Centro Cultural apresenta à cidade raridades do acervo cuja autoria era desconhecida até 99
São Paulo descobre Renoir na gaveta
JULIANA MONACHESI
free-lance para a Folha
Um acervo de 2.000 obras que
pouca gente conhece. Entre as vedetes, um desenho atribuído a
Gauguin, gravuras de autenticidade comprovada de Renoir,
Chagall, Miró e Léger.
Isso sem falar no acervo de arte
brasileira, que conta com a maior
coleção de desenhos de Tarsila do
Amaral, por exemplo, e um belo
retrato de Mário de Andrade pintado por Flávio de Carvalho.
Não se trata do acervo de nenhum grande
museu, mas de
obras pertencentes ao município de São
Paulo, algumas
identificadas
apenas no ano
passado, pois
eram mantidas
havia décadas
na gaveta dos
"anônimos" da
reserva técnica
no CCSP.
O curador e
artista plástico
Paulo Monteiro foi quem,
encarregado
de organizar
uma exposição
do acervo municipal, descobriu as
raridades. Após um árduo trabalho de pesquisa em livros, Monteiro conseguiu comprovar suas
suspeitas: eram mesmo obras de
Renoir, Léger, Chagall e Gauguin.
O CCSP enviou reproduções
das obras à Biblioteca Nacional da
França, ao Museu Léger, na França, e ao Instituto de Arte de Chicago para reconhecimento de autoria e obteve confirmação de todos.
Apenas sobre o desenho de Gauguin ainda não teve retorno.
Caso recebam outra resposta
positiva quanto ao pastel "Idílio
em Tahiti", de Paul Gauguin, esta
será a peça mais valiosa do acervo.
"As obras não têm um valor mercadológico muito alto, por não serem assinadas, mas são um tesouro cultural", explica Monteiro.
Enriquecido pelas recentes descobertas, parte do acervo municipal é exibido a partir de hoje no
Centro Cultural. O visitante poderá saborear ainda gravuras de
Portinari, um guache de Milton
Dacosta que nunca foi mostrado e
desenhos de Krajcberg, mais conhecido por suas esculturas.
Um lado pouco conhecido de
outros artistas brasileiros vai ser
mostrado em exposição paralela à
do acervo: os
pintores Paulo
Pasta, Sérgio
Sister e Rodrigo Andrade estão entre os
participantes
da mostra de
desenhos que é
também inaugurada hoje.
O CCSP convidou seis artistas que têm
trabalhos na
coleção para
expor sua produção recente
sobre papel,
como contraponto contemporâneo ao
modernismo da outra mostra.
Segundo a diretora da divisão
de artes plásticas do CCSP, Camila Duprat, a coleção de arte contemporânea do município está
crescendo. "Vamos cuidar para
que não se crie uma nova lacuna
no acervo", afirma, referindo-se
às ausências de modernos como
Iberê ou Guignard, por exemplo.
Exposições: Modernidade no Acervo
Municipal e O Acervo e o Desenho
Onde: Centro Cultural SP (r. Vergueiro,
1.000, tel. 0/xx/11/3277-3611)
Quando: abertura hoje, às 19h. Ter. a
dom.: 9h às 22h. Até 12/ 3
Quanto: entrada franca
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