São Paulo, Sexta-feira, 19 de Março de 1999
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CIRCO
Linhas Aéreas une circo, música, dança e teatro

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
das Regionais

"Sublime", encenada ontem pelo Grande Circo Popular do Brasil, de Marcos Frota, abriu a maior mostra de teatro do país.
No entanto, a arte circense, misturada a teatro, música, dança, ousadia e muita coragem, volta a marcar presença no FTC 99, com dois espetáculos do grupo Linhas Aéreas.
O primeiro, que estréia hoje, leva o nome da companhia e tem a mulher como tema.
Em cena, cinco atrizes -Erica Stoppel, Cínthia Beranek, Isabela Graeff, Mônica Alla e Ziza Brisola- colocam à prova os sentimentos de uma mulher, seus desejos sexuais, individualidades e revolta com os grilhões sociais até a busca de liberdade e delírios.
"A peça e o grupo vêm de uma pesquisa iniciada há sete meses. Ela visa aprimorar técnicas de circo e uni-las a outras linguagens", diz Ziza Brisola.
Com direção de Rogério Maia e diretrizes do teatro físico, sem texto, para traçar o universo imaginário da mulher e sua relação com a música (sanfona), "Linhas Aéreas" une alegorias que vão de uma estrutura de trapézio com oito metros de altura até uma trilha com música ao vivo, Bjork e Kraftwerk.
"Há dança contemporânea e novo circo. O corpo cria o discurso. É um espetáculo orgânico, visual, de expressão física, resistência e risco, como um número de circo", diz Ziza.
Colecionando calos e arranhões, em "Linhas Aéreas" as atrizes mostram a céu aberto números de trapézio que lembram formas geométricas.
"A ação ocorre especialmente dentro das barras de ferro, com um simples balanço de trapézio até uma arriscada queda com tecidos", diz a atriz.

Lina Bo Bardi
É difícil qualificar em um só adjetivo Lina Bo Bardi e, por isso, mais uma vez sem usar texto, a Linhas Aéreas explora o circo para abordar a trajetória da arquiteta italiana.
Prevista para amanhã, em circuito indoor, "As Linhas de Lina" caracteriza-se por uma performance itinerante com muita música, em que o público se movimenta e acompanha as cenas da vinda de Lina para o Brasil após a Segunda Guerra e suas andanças pelo país.
"A vida da arquiteta -Itália, Rio de Janeiro, Nordeste e São Paulo- é encenada em aparelhos de circo, como o trapézio, as cordas e a lira (círculo)", diz Ziza Brisola.
Entre outras alegorias aparecem as obras de Lina, como o Masp e a Ladeira da Memória.

Peça: Linhas Aéreas Quando: de hoje a domingo, às 19h Onde: praça Santos Andrade

Peça: As Linhas de Lina Quando: sábado e domingo, às 21h30 Onde: Estação Plaza Show (av. Sete de Setembro, 2.775, tel. 041/322-5356) Quanto: R$ 20 (cada peça)



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