|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CIRCO
Linhas Aéreas une circo, música, dança e teatro
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
das Regionais
"Sublime", encenada ontem
pelo Grande Circo Popular do
Brasil, de Marcos Frota, abriu a
maior mostra de teatro do país.
No entanto, a arte circense,
misturada a teatro, música,
dança, ousadia e muita coragem, volta a marcar presença
no FTC 99, com dois espetáculos do grupo Linhas Aéreas.
O primeiro, que estréia hoje,
leva o nome da companhia e
tem a mulher como tema.
Em cena, cinco atrizes -Erica Stoppel, Cínthia Beranek,
Isabela Graeff, Mônica Alla e
Ziza Brisola- colocam à prova
os sentimentos de uma mulher,
seus desejos sexuais, individualidades e revolta com os
grilhões sociais até a busca de
liberdade e delírios.
"A peça e o grupo vêm de
uma pesquisa iniciada há sete
meses. Ela visa aprimorar técnicas de circo e uni-las a outras
linguagens", diz Ziza Brisola.
Com direção de Rogério Maia
e diretrizes do teatro físico, sem
texto, para traçar o universo
imaginário da mulher e sua relação com a música (sanfona),
"Linhas Aéreas" une alegorias
que vão de uma estrutura de
trapézio com oito metros de altura até uma trilha com música
ao vivo, Bjork e Kraftwerk.
"Há dança contemporânea e
novo circo. O corpo cria o discurso. É um espetáculo orgânico, visual, de expressão física,
resistência e risco, como um
número de circo", diz Ziza.
Colecionando calos e arranhões, em "Linhas Aéreas" as
atrizes mostram a céu aberto
números de trapézio que lembram formas geométricas.
"A ação ocorre especialmente
dentro das barras de ferro, com
um simples balanço de trapézio até uma arriscada queda
com tecidos", diz a atriz.
Lina Bo Bardi
É difícil qualificar em um só
adjetivo Lina Bo Bardi e, por isso, mais uma vez sem usar texto, a Linhas Aéreas explora o
circo para abordar a trajetória
da arquiteta italiana.
Prevista para amanhã, em
circuito indoor, "As Linhas de
Lina" caracteriza-se por uma
performance itinerante com
muita música, em que o público se movimenta e acompanha
as cenas da vinda de Lina para o
Brasil após a Segunda Guerra e
suas andanças pelo país.
"A vida da arquiteta -Itália,
Rio de Janeiro, Nordeste e São
Paulo- é encenada em aparelhos de circo, como o trapézio,
as cordas e a lira (círculo)", diz
Ziza Brisola.
Entre outras alegorias aparecem as obras de Lina, como o
Masp e a Ladeira da Memória.
Peça: Linhas Aéreas
Quando: de hoje a domingo, às 19h
Onde: praça Santos Andrade
Peça: As Linhas de Lina
Quando: sábado e domingo, às 21h30
Onde: Estação Plaza Show (av. Sete de
Setembro, 2.775, tel. 041/322-5356)
Quanto: R$ 20 (cada peça)
Texto Anterior: Festival de Curitiba: Franke volta com biografia de suicida Próximo Texto: Teatro: "Outras Estórias" ganha a sua primeira exibição Índice
|