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GASTRONOMIA
"Gastrorromance" sempre existiu, afirma autora
MARIANA DELLA BARBA
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM LONDRES
Há menos de cinco anos, Joanne Harris, 39, era uma professora
de francês em uma pacata cidade
no interior da Inglaterra. Gostava
de cozinhar e escrever histórias
aos sábados de manhã, enquanto
a filha assistia a desenhos na TV.
Hoje, depois de oito livros publicados, ela é considerada por
muitos a reinventora do "gastrorromance". Isso porque a maioria
de seus livros tem a culinária entre os "personagens" principais.
Sua obra mais aclamada é "Chocolate", que, depois de virar best-seller no mundo todo, foi transformada em sucesso hollywoodiano protagonizado por Juliette
Binoche e Johnny Depp.
Enquanto escreve o roteiro para transformar outro de seus livros
("Coastliners", ainda não publicado no Brasil) em filme e lança o
seu recente "Holy Fools" -que, por sinal, é uma escapada do
mundo gastronômico- na Inglaterra, a autora conversou com
a Folha por telefone, de sua casa em Yorkshire (norte da Inglaterra) e explicou por que renega o título que a mídia inglesa lhe deu.
"Não inventei nem reinventei
nada. Há muito tempo se escreve
sobre gastronomia. Basta se lembrar de Shakespeare e Dickens.
Acho que o estilo estava um pouco esquecido e agora voltou a ficar
na moda, mas não que eu tenha
alguma influência nisso."
"Vinho de Amoras" e "Cinco
Quartos de Laranja" completam
com "Chocolate" sua "trilogia
gastronômica". Entre um conflito
e outro, há sempre uma boa pitada de açúcar. Amores perdidos,
nostalgia, medo e dilemas se misturam a trufas de chocolate, licores exóticos, crepes...
Quando percebeu que o gastrorromance começava a tomar
cada vez mais espaço nas prateleiras, a autora afirmou que não escreveria mais nada que tivesse culinária nem como pano de fundo.
Pouco tempo depois, chegou às
lojas "The French Kitchen - A
Cookbook", livro de receitas co-escrito por Harris. "Promessas
existem para serem quebradas, não?", justifica-se.
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