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São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2003

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GASTRONOMIA

"Gastrorromance" sempre existiu, afirma autora

MARIANA DELLA BARBA
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM LONDRES

Há menos de cinco anos, Joanne Harris, 39, era uma professora de francês em uma pacata cidade no interior da Inglaterra. Gostava de cozinhar e escrever histórias aos sábados de manhã, enquanto a filha assistia a desenhos na TV.
Hoje, depois de oito livros publicados, ela é considerada por muitos a reinventora do "gastrorromance". Isso porque a maioria de seus livros tem a culinária entre os "personagens" principais. Sua obra mais aclamada é "Chocolate", que, depois de virar best-seller no mundo todo, foi transformada em sucesso hollywoodiano protagonizado por Juliette Binoche e Johnny Depp.
Enquanto escreve o roteiro para transformar outro de seus livros ("Coastliners", ainda não publicado no Brasil) em filme e lança o seu recente "Holy Fools" -que, por sinal, é uma escapada do mundo gastronômico- na Inglaterra, a autora conversou com a Folha por telefone, de sua casa em Yorkshire (norte da Inglaterra) e explicou por que renega o título que a mídia inglesa lhe deu.
"Não inventei nem reinventei nada. Há muito tempo se escreve sobre gastronomia. Basta se lembrar de Shakespeare e Dickens. Acho que o estilo estava um pouco esquecido e agora voltou a ficar na moda, mas não que eu tenha alguma influência nisso."
"Vinho de Amoras" e "Cinco Quartos de Laranja" completam com "Chocolate" sua "trilogia gastronômica". Entre um conflito e outro, há sempre uma boa pitada de açúcar. Amores perdidos, nostalgia, medo e dilemas se misturam a trufas de chocolate, licores exóticos, crepes...
Quando percebeu que o gastrorromance começava a tomar cada vez mais espaço nas prateleiras, a autora afirmou que não escreveria mais nada que tivesse culinária nem como pano de fundo. Pouco tempo depois, chegou às lojas "The French Kitchen - A Cookbook", livro de receitas co-escrito por Harris. "Promessas existem para serem quebradas, não?", justifica-se.


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