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Cinema político e Hitchcock são referências
ALESSANDRO GIANNINI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quando fala sobre as referências cinematográficas de "Trama Internacional", o diretor
Tom Tykwer cita o cinema político dos anos 1970. Relembra
filmes como os americanos
"Três Dias do Condor" e "A
Conversação", além dos diretores europeus Francesco Rosi e
Damiano Damiani. De Rosi, observa que o figurino de Lino
Ventura em "Cadáveres Ilustres" (1976) influenciou a escolha do sobretudo amassado
com que Clive Owen se protege
do frio no início de "Trama Internacional".
No entanto, quando questionado sobre a (óbvia) influência
de Hitchcock, o cineasta para e
respira fundo. "Se você faz um
thriller e cresceu com cinema, é
sua principal referência", disse
em entrevista a um pequeno
grupo de jornalistas durante o
Festival de Berlim, em fevereiro, quando o filme foi exibido
na sessão inaugural. "O que se
pode fazer?"
Para Tykwer, o paralelo com
Hitchcock só pode ser feito a
partir de "Intriga Internacional" (1959). Mas diz que Salinger, o agente interpretado por
Owen, é muito diferente do Roger Thornhill de Cary Grant.
"Eles são opostos, embora uma
certa elegância e vulnerabilidade os aproxime. Mas o personagem de Grant jamais atiraria
em alguém como Owen faz."
Se "Intriga Internacional" é
definido pela sequência do milharal em que um aeroplano
persegue Grant, uma sequência
de "Trama Internacional" certamente também vai entrar para a antologia do cinema. São os
13 minutos em que Owen vai a
um encontro no museu Guggenhein, em Nova York. Lá, acontece um tiroteio entre o ator,
seu contato e um grupo de assassinos que os perseguem na
famosa escadaria em espiral.
Tykwer conta que não é a primeira vez que se filmou no museu, mas foi a primeira vez que
se filmou uma sequência tão
extensa e movimentada. Foram apenas alguns dias na locação real e seis semanas em um
estúdio próximo de Berlim, onde os interiores foram reproduzidos numa escala de um por
um. "Não foi uma negociação
simples", explicou. "Mas eles
nos ajudaram bastante."
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