São Paulo, sexta-feira, 19 de junho de 2009

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"Farsa" de Suassuna é montada em SP

João das Neves, cofundador do Grupo Opinião, dirige a encenação da peça "A Farsa da Boa Preguiça"

DA REPORTAGEM LOCAL

O homem brasileiro, em suas várias máscaras, nunca sai de cena no teatro do diretor e dramaturgo João das Neves, 75, nome à frente da montagem de "A Farsa da Boa Preguiça" que estreia em São Paulo hoje, depois de boa acolhida no Rio.
No Grupo Opinião, ícone da resistência à ditadura militar que Neves ajudou a fundar, o protagonista era o sujeito às voltas com a repressão. No fim da década de 80, o diretor encenou a vida e morte de Chico Mendes e, pouco depois, a história dos índios Kaxinawá. Em 92, visitou o sertanejo melancólico de "Primeiras Estórias", e, três anos atrás, em "Besouro Cordão de Ouro", o universo da capoeira e suas raízes africanas.
Agora, Neves chega ao nordestino folgazão de Ariano Suassuna. "Tento refletir esse cadinho de possibilidades culturais que é o Brasil. Mas sei que apenas toquei a ponta do iceberg", diz. Na peça, Joaquim Simão é um poeta de cordel que, refestelado em sua rede, brande a bandeira do ócio criativo.
Sua mulher, Nevinha, desperta o interesse do workaholic Aderaldo, que mantém um casamento aberto com Clarabela -esta, de olho em Simão. A montagem lança mão de mamulengos para multiplicar os personagens e reverenciar a fonte da história de Suassuna. (LUCAS NEVES)


A FARSA DA BOA PREGUIÇA

Quando: estreia hoje; sex. e sáb., às 21h, e dom., às 18h; até 19/7
Onde: Sesc Vila Mariana (r. Pelotas, 141, tel. 0/xx/11/5080-3000)
Quanto: R$ 20
Classificação: livre




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