São Paulo, quinta, 19 de junho de 1997.



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Shopping recebeu 80 mil em duas semanas

free-lance para a Folha

O chavão "brasileiro não lê" pode estar ficando, além de velho, ultrapassado. Pelo menos é o que mostram os primeiros números da maior livraria do Brasil.
Desde que foi aberta, no dia 2 deste mês, até a último dia 16, o Ática Shopping já recebeu 80 mil pessoas (20 mil a mais que a atual capacidade do estádio do Morumbi), segundo Marco Túlio Almeida, diretor comercial da Ática.
"Nós tínhamos uma visão otimista, já que o empreendimento é inédito, mas esse número superou as expectativas", afirmou.
Nesse período foram vendidos 120 mil itens (que vão desde lápis a discos de videolaser), o que dá uma média de 3,5 itens por cliente. "Claro que nem todas as pessoas que visitaram a loja compraram", disse Almeida.
Os livros, segundo ele, tem uma saída 30% maior que a de CDs. Dos R$ 25 milhões investidos na loja pela joint venture formada pela Ática e Scipione, R$ 1 milhão já foi recuperado com o faturamento só na primeira semana.
Ele não revela quanto a loja faturou até agora, "mas foi mais que o esperado".
O primeiro sábado depois da inauguração (dia 7) foi o que teve mais público: entre 8.000 e 9.000 pessoas.
Tomando como referência o tempo de estacionamento, Almeida disse que cada cliente fica em média três horas dentro da loja, enquanto que nas livrarias convencionais o tempo de permanência gira em torno de 30 minutos.
Acesso
Almeida diz acreditar que esses números não sejam causados apenas pela novidade do empreendimento. "Não acho que possa haver uma diminuição da frequência daqui a alguns meses, porque aqui o cliente acha tudo o que procura. É como um shopping center."
"O brasileiro sempre teve o hábito de leitura, mas não tinha a oportunidade de encontrar os livros, faltava o acesso."
E, para aumentar ainda mais esse acesso, a loja passa a funcionar das 10h à 0h, inclusive aos domingos e feriados, que antes fechava às 18h nesses dias.
Desde a última segunda-feira, o shopping promove eventos diários, desde lançamentos de livros a exibição de filmes em videolaser.
(MN)




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