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BIENAL DO BARRO
Cresce a participação brasileira no evento
da Reportagem Local
A participação de artistas brasileiros na Bienal do Barro venezuelana tem acompanhado o crescimento da mostra.
Em sua primeira edição, que
aconteceu em uma única sede, o
Museu de Arte Contemporânea de
Caracas Sofía Imber, trouxe apenas três participantes brasileiros:
Florian Raiss, Carmem Gusmão e
Lygia Reinach.
A segunda Bienal do Barro, que
aconteceu entre 95 e 96, teve o
Brasil como país homenageado.
Nessa edição, o número de brasileiros participantes foi ampliado.
Tomaram parte da mostra os artistas Francisco Brennand, Celeida
Tostes, Manfredo de Souzanetto,
Carmela Gross, Ana Maria Maiolino, Mauricio Ruiz, Lygia Reinach
e Tunga.
Segundo a artista Maria Bonomi,
que participou do evento este ano,
foi a bienal "mais comovente" da
qual ela já tomou parte.
"É uma bienal totalmente autônoma, que não visa o marketing. É
uma mostra auto-indagadora",
diz Bonomi.
A artista apresentou na Venezuela o trabalho "Sete Horizontes
da Essência do Homem", que, segundo ela, é uma grande celebração ao homem em sua essência.
A obra trazia camadas superpostas de argila, areia, carvão e vidro.
De acordo com a artista, o vidro
representa o espiritual, a argila
simboliza o fruto da terra e o cimento é o resultado do conhecimento, da interferência do homem sobre a natureza.
José Rufino exibiu o fruto de
suas pesquisas no sertão paraibano. A obra consistia em 21 gravuras retratando lagos secos do sertão, que circundavam tamboretes
criados a partir de materiais recolhidos nos lagos secos, como raízes, sementes e pedaços de madeira carbonizados.
A artista Nazareth Pacheco, que
costuma se inspirar em temas como memória e identidade, criou
um quarto fechado por uma porta
de vidro de onde se avistam a foto
de uma casa de farinha na Amazônia e uma sala cujo chão é coberto
por trigo. A obra evoca a memória
da cultura da farinha na região
amazônica.
Segundo a artista, os brasileiros
se destacaram em relação aos demais participantes. "Enquanto
outros preferem se deter sobre o
significado de suas obras, os artistas nacionais se preocupam com
questões contemporâneas",
diz.
(BRUNO GARCEZ)
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