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POLÍTICA CULTURAL
Professora que comanda luta por sede para a Universidade Livre de Música foi desligada de seu cargo
Governo demite líder de movimento na ULM
IRINEU FRANCO PERPETUO
especial para a Folha
A líder do movimento que pede
uma sede para a Universidade Livre de Música, a professora Enny
Parejo, foi demitida da coordenação pedagógica do departamento
infanto-juvenil da entidade.
A demissão aconteceu na última
segunda -quando venceu o prazo de dez dias dado aos manifestantes pela secretária-adjunta de
Estado da Cultura, Neide Hahn,
sobre uma definição referente à
sede da ULM.
"No dia 4, quando houve a audiência, fui informada de que meu
departamento seria unificado com
o adulto", conta Parejo. "Cheguei à minha sala no dia seguinte e
ela estava vazia." Na última segunda-feira, ela foi desligada de
suas funções.
A comissão de pais, alunos e
professores da ULM vê a saída de
Parejo como uma represália da secretaria e organiza um abaixo-assinado em defesa da professora.
Os pais planejam uma manifestação diante do edifício da rua Três
Rios, no Bom Retiro, onde funciona a universidade.
Esse prédio pertence à Oficina
Cultural Três Rios. Em abril, foi
inaugurado o Núcleo Eleazar de
Carvalho, no Brooklin, nas antigas
instalações da escola da rede estadual Professora Diva Maria Biaggini de Toledo, para onde a comissão acusa a secretaria de pretender
transferir a ULM.
Os manifestantes reivindicam
para a Universidade Livre de Música o antigo prédio do Dops, que
fica junto ao novo Complexo Cultural Júlio Prestes.
Outro lado
"As pessoas têm o direito de se
manifestar. Por outro lado, criar
um clima de desarmonia interna...
Eu teria de agir como foi, como
administradora", afirma Akiko
Oyafuso, diretora da ULM, sobre a
demissão de Parejo.
"Entrar nos ensaios das orquestras, interromper as aulas, colocar
os alunos pequenos em uma rua
durante o horário comercial é um
risco para as crianças", diz.
Oyafuso contesta o fato de os organizadores dos protestos se designarem como comissão de pais,
alunos e professores. "Ninguém
havia autorizado o uso do nome
dos professores em um documento que contém inverdades."
Entre as "inverdades", Oyafuso
cita acusações de que sua gestão
estaria empenhada em desmantelar a ULM, de que os professores
não receberiam em julho e de que
a universidade sairia da rua Três
Rios, transferindo-se para o Núcleo Eleazar de Carvalho.
Para ela, a questão da sede fica
como está. "A área de educação
infantil permanece no Bom Retiro. A idéia do núcleo do Brooklin,
que já está funcionando, é também oferecer ensino musical na
zona sul. Quanto ao antigo prédio
do Dops, ele continua em obras."
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