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Cultura foi relegada, diz editor
especial para a Folha
Não deve ser fácil organizar o
currículo do senador, vice que virou presidente, em 1985, e foi um
dos mentores do processo de transição política brasileira.
E não deve ser nada fácil para o
escritor de "Norte das Águas" (editora Martins, 1969) e "Marimbondos de Fogo" (editora Artenova,
1979) sentar-se na cadeira de presidente da República.
Seu talento literário estará sempre encoberto pelas manobras políticas e conchavos do poder, manobras que criam inimigos, desafetos e injustiças.
"Em alguns momentos, o nome
José Sarney ajuda. Mas político
tem inimigos. Existe um prejulgamento. Vivem me perguntando:
"Será que livro do Sarney presta?".
O que me atrai é a mágica, a barba
que vira fios de ouro. Não vou fazer um filme normal", explica o diretor Odorico Mendes.
"Sarney é do grupo do Ferreira
Gullar. Como presidente, ele se
forçou a ser controlado, mas tem
uma cultura humanística e literária que talvez nenhum presidente
tenha tido. Isso ficou relegado. Ele
é um homem muito simples. As reportagens sobre ele não retratam o
que ele é", diz Pedro Paulo de Sena
Madureira, seu editor.
"É difícil separar a imagem do
político da do escritor. Pago o tributo. Literatura é uma paixão. Dizem que no Maranhão uma criança nasce falando "academia!". Ninguém nasce falando "Presidência!'", afirma Sarney.
(MRP)
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