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Brasileiras não mudam padrão internacional
DÉBORA MIRANDA
DO "AGORA"
As séries românticas "Julia" e
"Sabrina" abriram suas páginas para escritoras brasileiras
-acontecimento inédito até
agora-, mas as histórias continuam sendo internacionais.
Nada de Rio de Janeiro, Salvador nem das paisagens paradisíacas de Fernando de Noronha. As moçoilas apaixonadas
da ficção ainda suspiram caminhando pelas ruas de Nova
York, Chicago e Paris.
Desde 1978 no mercado nacional (tendo começado com a
precursora inglesa Barbara
Cartland), os romances de banca de jornal editados pela Nova
Cultural são verdadeiros fenômenos, chegando a 4 milhões
de exemplares vendidos anualmente no país.
Era a empresa canadense
Harlequin que fornecia as histórias para a Nova Cultural até
dezembro de 2003. Com o fim
do negócio, entrou em cena a
americana Kensington. E prevalece a premissa de que, em time que está ganhando, não se
mexe. "O formato da história
tem de ser sempre o mesmo. A
protagonista é uma mulher
moderna, independente. Há
uma crise no relacionamento
dela com o personagem masculino, mas, no fim, eles ficam
juntos", define Daniela Tucci,
gerente de marketing da Nova
Cultural.
O primeiro livro brasileiro a
ser lançado foi "Magia do Coração", que chegou às bancas
em janeiro. Assinado por Lucy
Jordan (pseudônimo de Lucia
Pinto de Souza, 76), entrou na
série "Sabrina", a mais vendida
-chega a vender 100 mil
exemplares por mês, com livros lançados semanalmente.
"Dizem que meus livros são
divertidos [ela já publicou um
anterior, mas fora da coleção].
Escrevo o que me dá na cabeça
e, quando leio, acho uma porcaria. Depois releio e acho
bom", diverte-se Lucia.
A novidade é "Vencidos pelo
Desejo", distribuído no mês
passado pela série "Julia". "Pediram-me que seguisse a linha
das autoras internacionais.
Não posso romper de repente
com o estilo que as leitoras já
adoram", afirma Gladys Posmik, 68, que, antes de virar escritora, deu aulas de ciências e
de música e fez palestras de auto-ajuda.
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