HAROLDO CERAVOLO SEREZA
de Paris

O estilista brasileiro Ocimar Versolato marcou a apresentação da segunda coleção primavera-verão de alta-costura de sua maison pelo uso das peles de animais.
Foram 30 peças, dez a menos que no desfile de 98. "Não há um número fixo. Dessa vez, cheguei a tirar algumas", disse, ao final do desfile, enquanto recebia cumprimentos pela coleção.
Versolato não se limitou a criar vestidos e peças com as peles. Fez muitas de suas modelos usarem apliques de peles em seus cabelos.
"Acho um material fantástico, mas queria uma maneira nova de usar", explicou Versolato, na passarela montada no átrio da Bolsa do Comércio, próxima ao museu do Louvre, no centro de Paris.
Algumas modelos também desfilaram com seus cabelos jogados sobre as estolas. Com o uso de peles no colo e nos cabelos, Versolato procurou destacar o corpo longilíneo das modelos.
Segundo ele, o preconceito contra o uso de peles de animais foi superado: "São animais criados para isso, ninguém sai caçando para fazer roupas. E todo mundo come carne", disse.
Além das peles, outra marca de sua coleção foi o uso de pedras preciosas bordadas nas combinações. A última criação apresentada por ele trazia uma calça de seda bordada com 200 diamantes.
O corte é o mesmo das calças jeans que Versolato lança neste ano, pela marca O.V. Ocimar Versolato, que o estilista está fortalecendo, associado ao grupo pernambucano Pessoa de Queiroz.

Rabanne
Paco Rabanne, 65, mostrou anteontem sua última coleção de alta-costura. Depois de 33 anos de criação, o estilista, nascido em San Sebastian (País Basco espanhol), deve dedicar-se apenas às coleções prêt-à-porter.
No seu último desfile, o costureiro apresentou uma de suas especialidades: vestidos em cores metálicas e cintilantes.
O grupo espanhol Puig, proprietário da marca Rabanne, decidiu-se pelo fim da linha de alta-costura devido ao déficit crescente na área. O grupo Puig já encerrou atividades de outras marcas que possuía, como a Ricci, quando elas entraram em decadência.
Rabanne, no entanto, será lembrado nessa temporada por ter previsto para o próximo dia 11 de agosto a queda da estação espacial Mir sobre Paris. A data é a mesma do último eclipse solar deste século.
Para explicar sua teoria e suas visões, Rabanne lançou um livro, chamado "Le Feu du Ciel" (O Fogo do Céu). É esperar para ver.


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