São Paulo, Segunda-feira, 19 de Julho de 1999
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Obras são "para uso doméstico"

especial para a Folha, em Londres

Vik Muniz, o paulistano residente em Nova York escolhido para integrar "Abracadabra", não está exultante com sua presença na decana Tate Gallery.
"Estou feliz por ser escolhido, mas acho que meu trabalho não tem muito a ver com arte contemporânea. Sou tradicional, o único da coletiva que usa fotografia, moldura. Me identifico mais com os pintores do século 15, como Durer", disse à Folha, em Londres.
Muniz pode não querer apenas parecer blasé. "Exposições coletivas passam, são experimentos."
Ele não se impressionou com as obras de "Abracadabra". "Arte para chocar hoje se aprende na escola. É o que chamaria de arte acadêmica. Gostaria de ver um vaso de flores bem pintado numa exposição como essa. Isso, sim, seria chocante."
O brasileiro teve escolhidas algumas de suas fotos cobertas com chocolate -cujos modelos são "performances" dos artistas Jackson Pollock e Yves Klein-, duas fotografias com serpentinas da série "Aftermath" e um mural com recortes de jornais, alguns com notícias fictícias.
Muniz diz se preocupar com o espectador, o que não parece ser a tônica entre seus companheiros da coletiva inglesa. "Quero que minhas obras cheguem às casas das pessoas. Elas foram feitas para o ambiente doméstico." (PV)

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