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Lima Duarte dedica prêmio a Leonel Brizola
DA ENVIADA A GRAMADO
"Dedico este prêmio ao sr. Leonel de Moura Brizola [1922-2004)]." Era o ator Lima Duarte
encerrando seu discurso de agradecimento pelo Troféu Oscarito,
que o 32º Festival de Gramado lhe
dedicou, pela carreira artística.
O público do Palácio dos Festivais aplaudiu, mas não se colocou
todo de pé ao longo de vários minutos, como já se viu em edições
anteriores. A referência ao político gaúcho foi o fecho de um discurso em que Duarte se disse
"preocupado" com as discussões
sobre o audiovisual brasileiro desencadeadas pelo anúncio do projeto do Ministério da Cultura de
criar a agência reguladora do cinema e do audiovisual.
"Quando pipocam, aqui e ali,
conselhos, frases, determinações,
começo a ficar preocupado." Antes de citá-lo, Duarte comparou a
carreira de Brizola à sua: "Uma
pessoa que fez na política a trajetória que fiz nas artes, de exacerbado romantismo", e disse que o
político pedetista era "nome muito oportuno" para este momento.
No discurso de improviso, o mineiro Duarte lembrou sua chegada a São Paulo, em 1946, a bordo
de um caminhão de manga, "num
momento muito bonito que o
Brasil não soube capitalizar, do
pós-guerra, de "vem ser jovem
aqui'", e citou a lição que aprendeu do pai, homem "que botava
paletó para ouvir rádio e lavava as
mãos para manipular o aparelho", de que "quem detém a informação detém o poder".
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