São Paulo, quinta-feira, 19 de agosto de 2004

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Lima Duarte dedica prêmio a Leonel Brizola

DA ENVIADA A GRAMADO

"Dedico este prêmio ao sr. Leonel de Moura Brizola [1922-2004)]." Era o ator Lima Duarte encerrando seu discurso de agradecimento pelo Troféu Oscarito, que o 32º Festival de Gramado lhe dedicou, pela carreira artística.
O público do Palácio dos Festivais aplaudiu, mas não se colocou todo de pé ao longo de vários minutos, como já se viu em edições anteriores. A referência ao político gaúcho foi o fecho de um discurso em que Duarte se disse "preocupado" com as discussões sobre o audiovisual brasileiro desencadeadas pelo anúncio do projeto do Ministério da Cultura de criar a agência reguladora do cinema e do audiovisual.
"Quando pipocam, aqui e ali, conselhos, frases, determinações, começo a ficar preocupado." Antes de citá-lo, Duarte comparou a carreira de Brizola à sua: "Uma pessoa que fez na política a trajetória que fiz nas artes, de exacerbado romantismo", e disse que o político pedetista era "nome muito oportuno" para este momento.
No discurso de improviso, o mineiro Duarte lembrou sua chegada a São Paulo, em 1946, a bordo de um caminhão de manga, "num momento muito bonito que o Brasil não soube capitalizar, do pós-guerra, de "vem ser jovem aqui'", e citou a lição que aprendeu do pai, homem "que botava paletó para ouvir rádio e lavava as mãos para manipular o aparelho", de que "quem detém a informação detém o poder".


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