São Paulo, Terça-feira, 19 de Outubro de 1999
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PEDRO LUÍS E A PAREDE e CAKE
Duas maneiras diferentes de dançar

THALES DE MENEZES
da Reportagem Local

Ficar parado foi missão impossível nos shows de sábado no palco New Directions. Cada um à sua maneira, o carioca Pedro Luís e a Parede e o norte-americano Cake sacudiram o público.
Pedro Luís tocou para meia lotação, e o Cake, com a casa cheia. São duas bandas que misturam estilos e décadas das músicas populares de seus países em seu som. A proposta é a mesma, colocar todo mundo na dança. O que muda é a estratégia no palco.
Pedro Luís, dono de boas letras, faz uma música com batida pesada, repetitiva, com versos berrados. Nem é música, é uma convocação sonora, irrecusável. Refrãos simples, que grudam no ouvido, ajudam a conquistar o público.
O quinteto toca, com tesão, rap, funk, samba e rock and roll. Um grande show, fechado em plena apoteose com "Caio no Suingue", hino para qualquer batuqueiro.
Dificilmente os integrantes da Cake esperavam tamanha resposta do público, que cantou junto todas as canções -todas mesmo.
Trompete, violão, muita percussão, guitarra blues e a voz e o carisma de John McCrea, líder da banda e uma debochada figura no palco, foram ingredientes para tomar a platéia como refém.
O show abrangeu os três álbuns do Cake e foi esquentando, numa sucessão de folk, jazz, cabaré, rock e passagens inclassificáveis.
O auge veio com uma versão matadora do hit "Never There". Um bom show, com dois defeitos: foi curto e terminou com uma patética participação de Tom Zé no bis. Fazendo gargarejos e percussão rasgando jornal, o brasileiro esfriou o show. Diante de um público que não gostou do convidado, o Cake deu boa noite e sumiu. Um verdadeiro anticlímax.


Avaliação (Pedro Luís):      
Avaliação (Cake):   

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