RIO DE JANEIRO, SÁBADO



da Reportagem Local

Jeff Beck encerrou a versão carioca do festival jazzístico com um ato roqueiro até a medula: segurou sua guitarra pelo braço e a arrebentou no Main Stage do festival, na noite de anteontem.
A destruição do instrumento aconteceu no início da primeira música do bis. Beck tocou alguns acordes lentos, ficou insatisfeito com o resultado e... catapow!
Após a pancadaria, ele se retirou, acompanhado pela banda. Mas voltou momentos depois, com uma guitarra de outro modelo, e tocou o bis.
Beck já havia maltratado sua guitarra alguns minutos antes de quebrá-la. Quando terminou a última canção antes da primeira saída, o músico estatelou o instrumento contra os amplificadores, sem conseguir destruí-lo.
O guitarrista foi o maior sucesso do festival. A rápida venda dos ingressos para o show da noite de sábado fez a organização marcar uma apresentação extra para a tarde do mesmo dia. Os dois shows tiveram lotação esgotada. Beck tocaria ontem em SP.
O ex-guitarrista da lendária banda Yardbirds não é o mais famoso quebrador de guitarras do mundo -esse título cabe a Pete Townshend, do The Who.
Mas o gesto foi imortalizado pelo próprio Beck em uma cena do filme de "Blow Up -Depois Daquele Beijo", rodado em 1966 por Michelangelo Antonioni.
Ali, Beck fica insatisfeito com o som de sua guitarra na música "Stroll On" e enfia o braço do instrumento nos amplificadores. Depois, o arrebenta no palco e joga os pedaços para o público.
O herói do filme, um fotógrafo interpretado por David Hemmings, briga com os fãs e consegue um pedaço do braço da guitarra. Mas joga o suvenir fora assim que sai na rua.

Atendimento médico
As duas primeiras noites paulistanas do Free Jazz tiveram pouco mais de 60 atendimentos médicos, segundo a Unicor.
A noite de sexta reuniu a maioria dos casos: 45, nenhum grave.
Anteontem, foram atendidas 17 pessoas. Ninguém precisou ser levado para hospitais.



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