São Paulo, Sexta-feira, 19 de Novembro de 1999
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MUNDO GOURMET

Noyoi é japonês "chique"

JOSIMAR MELO
Colunista da Folha

Parece infindável a maré de restaurantes japoneses que ambicionam um perfil chique, com ambientes modernos, espaços amplos e sushis novidadeiros. Eles ferem a nostalgia dos tradicionais sushi-bares da Liberdade, com sua imutável aparência (balcões e mesas de fórmica, quase sem adornos), e às vezes trazem qualidade na comida, não apenas na decoração.
Um dos exemplos mais recentes é o Noyoi. Ele é herdeiro do restaurante homônimo, fundado em 1997, em Campos do Jordão, por um jovem empreendedor, Rogério Frug, que deixou o mercado de capitais para entrar no ramo da gastronomia.
Em Campos, o Noyoi misturava sushi e massas. Em São Paulo, ele começou a funcionar há dois meses, com um perfil estritamente voltado para a cozinha japonesa, num ambiente de descontraída elegância.
Para a nova casa, Rogério cercou-se de sócios: Luis Paulo Stenaux (empresário), Michel Eberhardt (publicitário), Patrick Eberhardt (dono do Disk Cook de SP e RJ). Ele também chamou o veterano Joel Zulato, que esteve por 22 anos no Suntory, para cuidar da culinária japonesa, e Ricardo Hideo Yokota, ex-Roppongi, Nagayama Café e Daimon, para tomar conta dos sushis.
O resultado dessa somatória de esforços é satisfatório. Come-se num ambiente tranquilo, com uma oferta correta de pratos japoneses, como o menu fixo do jantar (por R$ 19,80): entrada (harumaki, sashimi), pratos quentes (yakissoba, tempura de legumes, shiitake e shimeji no alumínio), sushi, temaki e tekamaki, pedidos à vontade. Além de especialidades, como o sakana maki (salmão batidinho com cebolinha enrolado em salmão) ou rolinhos de sushi fritos com massa de tempura.


Cotação: $$$ Avaliação: regular


Restaurante: Noyoi
Endereço: r. Gomes de Carvalho, 1.085 (Vila Olímpia, zona sul), tel. 0/xx/11/ 3044-2643
Horário: segunda a quarta das 12h às 15h e das 19h30 à 1h; quinta e sexta das 12h às 15h e das 19h30 às 2h30; sábado das 13h às 17h e das 19h30 às 2h30
Ambiente: moderno, com muita madeira
Serviço: ainda sem traquejo
Cozinha: japonesa, dentro do esperado
Cartões: Visa
Quanto: sushis e sashimis, R$ 14 a R$ 54 (três pessoas); pratos quentes, R$ 14 a R$ 38; sobremesas, R$ 5 a R$ 8



$ (até R$ 22); $$ (R$ 22,01 a R$ 42); $$$ (de R$ 42,01 a R$62); $$$$ (acima de R$ 62). Avaliação: excelente    ; ótimo   ; bom  ; regular (sem estrela); ruim  

NOTAS

Fome no deserto - 1
No meio do deserto inóspito de Atacama, no norte do Chile, fica o hotel Explora, refinada base para aventureiros que querem visitar vulcões, termas, despenhadeiros, paisagens lunares e outras obras da natureza, cujo desbravamento alimenta a alma e abre o apetite.

Fome no deserto - 2
Para alimentar seus hóspedes, o hotel instalou um chef de cozinha francês, Laurent Pascualetto, que se utiliza de bons ingredientes (champignons carnudos, frutas suculentas, além, é claro, dos belos frutos do mar chilenos) em pratos como ceviche de salmão e vieira; mero assado com legumes; salmão envolto em repolho.

Fome no deserto - 3
Produtos típicos aparecem em cena: pepino doce, fruta-do-conde, abacate. E uma surpresa: a rica-rica, erva aromática que nem os chilenos conhecem bem. Colhida no deserto, em tufos, serve para fazer infusões com sabores de menta e orégano. Seu potencial pode ser mais explorado.


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