DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

A mesma onda globalizante que tirou-os de Cuba, espalhou-os pelos quatro cantos da Europa e trouxe os cubanos do Orishas ao Brasil no ano passado, para uma apresentação memorável no Free Jazz, os traz de volta agora ao país para mais três shows no festival estreante Oi Summer Groove.
Com o disco "Emigrante" debaixo dos braços, o grupo que une o hip hop à música tradicional cubana é a atração principal da noite de hoje, no Via Funchal, em São Paulo, ao lado dos cariocas de O Rappa. Um encontro de dois gigantes, ainda que pouco ortodoxos, do hip hop mundial.
"Na França tivemos dificuldade de entrar no meio do rap. Não é todo mundo que aceita uma proposta nova", diz o guitarrista Róldan, padrinho do auto-intitulado hip hop "a lo cubano" e ouvinte confesso de Gil, Caetano e Gal Costa. "Eles são uma influência para os jovens de Cuba."
Se "A lo Cubano", que marcou a estréia da banda em 2000, era um simpático cartão de visitas do grupo, este "Emigrante" é bem mais incisivo ao tratar de política e questões sociais. "É importante que o público entenda: falamos da globalização, dos emigrantes, da mulher, dos desaparecidos. Nos países como França, Bélgica e Holanda, onde existe ainda a barreira da língua, tentamos passar a nossa mensagem só por meio da música e da energia no palco."
Além dos já citados, tocam na versão paulista do festival a banda Ultramen e Luciana Mello. No Rio, o Orishas divide o palco, amanhã e sábado, com Ultramen e Elza Soares, entre outros.