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Henry Miller transformou June em abutre
da Reportagem Local
Se o filme "Henry e June", de
Phillip Kauffman (90), explorava a
relação Henry Miller-June Mansfield-Anais Nin, deixa de lado outro triângulo, o vivido pelo escritor, sua mulher e a jovem Jean.
A íntima amizade entre June e
Jean começara quando a mulher
de Miller contava 25 anos, e a garota, 17. June contou que Jean era,
então, a mulher mais bonita que já
vira, com cabelos negros e olhos
azul-violeta.
É com ela que June viaja pela primeira vez a Paris, na primavera de
27, deixando o escritor furioso,
pronto a extravasar sua fúria destruindo a casa e iniciando o livro
que iria demolir June: "Crazy
Cock", nunca publicado em vida.
O romance apresenta Hildred/
June como "a grande puta, a mãe
das meretrizes e das abominações
da terra", "um abutre". Tony/
Henry aparece como um pobre
coitado, eterna vítima do amor
profundo que sentia.
A dor de June foi imensa. "Você é
o maior inimigo que eu tenho. Vou
matá-lo", disse, ao ler o livro.
Quando, quase 30 anos depois, se
reviram, ela estava destruída. Ao
lembrar de seus últimos momentos juntos, Miller imaginava escrever uma versão do encontro, cujo
tema seria: "June era mais forte
-mas ele vencera".
(CM)
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